BR Econômico decreta estado de greve
Profissionais da redação, arte e fotografia, em assembleia com o Sindicato dos Jornalistas, tomaram a posição para tentar preservar garantias trabalhistas e pedir esclarecimentos da situação do jornal
Profissionais da redação, arte e fotografia, em assembleia com o Sindicato dos Jornalistas, tomaram a posição para tentar preservar garantias trabalhistas e pedir esclarecimentos da situação do jornal
Bárbara Sacchitiello
25 de abril de 2013 - 4h57
A equipe de jornalistas, diagramadores e fotógrafos do jornal Brasil Econômico decretou estado de greve nesta segunda-feira, 25. Em reunião com diretores do Sindicato dos Jornalistas, a equipe do título de economia da Ejesa tomou a posição para tentar garantir que seus direitos trabalhistas sejam preservados enquanto aguarda as medidas que serão tomadas em relação ao futuro do jornal.
Desde o início do mês, a equipe do Brasil Econômico já havia realizado assembleias para cobrar um posicionamento da diretoria acerca dos rumos do título. Inicialmente, os funcionários não envolveram o Sindicato no assunto, mas há alguns dias, diante de novos acontecimentos e sem receber uma resposta formal da empresa, o apoio sindical foi solicitado.
Há três semanas, o novo publisher da Ejesa, Ramiro Alves, visitou a redação, em São Paulo, para comunicar os planos do título de manter a maioria de sua equipe no Rio de Janeiro, em decorrência da transferência da diretoria do jornal para a capital fluminense. De acordo com Alves, do total da equipe de aproximadamente 50 pessoas (entre jornalistas, diagramadores e fotógrafos), seriam aproveitados entre 10 e 15 funcionários, que trabalhariam na sede do Rio de Janeiro. Segundo o publisher, os interessados em mudar de cidade poderiam manifestar sua vontade, que seria avaliada pela diretoria.
Diante dessa informação, a equipe cobrou uma postura clara em relação aos cortes que seriam realizados. A Ejesa, então, criou um plano de demissão voluntária (PDV) para aqueles que quisessem se desligar da empresa, assegurando que eles teriam o pagamento de seus encargos trabalhistas garantidos. Mesmo assim, a equipe reclama que não houve explicação clara acerca dos rumos do título e nem do destino dos profissionais da redação de São Paulo que não desejassem mudar para o Rio. Jornalistas também reclamam das condições de trabalho atual, uma vez que os carros e taxis usados pela reportagem na apuração de pautas estão vetados há alguns dias.
A decisão pelo estado de greve foi impulsionada, também, pela notícia da demissão da editora de Empresas, Jiane Carvalho, que teria sido informada de seu desligamento via telefone, nesta segunda-feira, 25, pelo editor-chefe do Brasil Econômico no Rio de Janeiro, Octávio Costa.
Na prática, a equipe de jornalistas e diagramadores do jornal continuam cumprindo suas funções normalmente. A decisão pelo estado de greve, agora, será encaminhada ao Ministério do Trabalho e deverá passar pela avaliação de um juiz. Se considerada legítima, ela pode impedir a Ejesa de demitir os funcionários a curto prazo ou, ao menos, garantir negociações trabalhistas mais favoráveis aos envolvidos, tal como ocorreu com a equipe do Jornal da Tarde, quando o título foi extinto pelo Grupo Estado.
Os rumores de que a redação do portal iG, de propriedade do grupo portguês Ongoing, se fundiria a do Brasil Econômico continuam circulando entre os funcionários. Essa hipótese, porém, nunca foi confirmada pelos porta-vozes da Ejesa. A reportagem procurou o publisher da Ejesa, Ramiro Alves, que ainda não respondeu à solicitação.
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