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Mídia

Gênero é tema de nova plataforma de dados

Projeto Gênero e Número será lançado em agosto e tem financiamento da Ford Foundation


19 de julho de 2016 - 13h33

Foto: Reprodução

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Está previsto para agosto o lançamento de um projeto que se propõe a aliar jornalismo de dados à questão de gênero. As jornalistas Natália Mazotte, Maria Lutterbach e Giulliana Bianconi se uniram para criar a plataforma Gênero e Número que trará, mensalmente, blocos temáticos de conteúdo multimídia, buscando abordar as assimetrias de gênero sob a perspectiva dos dados públicos.

O conteúdo virá no formato de narrativas multimídia, com entrevistas e vídeos, mas tendo como foco principal a utilização de dados.“Hoje, as narrativas de gênero acabam partindo muito de situações particulares. Algum caso que ocorre e acaba ganhando força na mídia, e isso é incrível, mas o jornalismo de dados vem para trazer os números e a realidade por trás disso”, diz Natália Mazotte, co-diretora do Gênero e Número e coordenadora da Escola de Dados.

O primeiro bloco de conteúdo, que estreia justamente no contexto dos jogos olímpicos, terá como tema o esporte, explorando dados que refletem as desigualdades de gênero neste universo. A ação conta com o apoio da Ford Foundation, instituição que financia projetos ligados à justiça social e questão de gênero. Os projetos financiados pela instituição têm duração média de dois anos, num valor aproximado de US$ 200 mil, conforme afirmou Graciela Selaimen, coordenadora de projetos, durante o Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji, em junho.

Para Natália, o diferencial da plataforma está na linguagem  acessível a todos os públicos. “Queremos ser uma ponte entre o mundo do ativismo feminino e o público geral,  não necessariamente engajado nesse debate e que não é contemplado pelas narrativas muito ativistas. A ideia é sair dessa narrativa de nicho para uma narrativa mais ampla”, afirma. Além da plataforma, Gênero e Número terá canais de interação no Twitter, Instagram e Facebook.

De acordo com Natália, a ideia é que o projeto avance para além do online, com a promoção de eventos e debates. Quanto aos planos para rentabilizar a iniciativa, ela explica: “Neste primeiro ano a gente vai fazer um estudo de sustentabilidade, testar possibilidades de parceria de conteúdo e produção”. Uma parceria com a Casa Pública, centro cultural que apoia iniciativas jornalísticas, já está em fase de negociação.

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