Sexting lidera denúncias digitais no Brasil

Luiz Gustavo Pacete
25 de junho de 2016 - 2h52

De acordo com o último ranking da organização Safernet, atualizado em 2014, as denúncias relacionadas a casos de exposição intima não consensuais lideram as reclamações de violências digitais no Brasil, ficando à frente, inclusive, do cyberbullying e de casos de racismo na internet.

Um dos banners da campanha de Aspirina

Nesta sexta-feira, 24, a AlmapBBDO retirou da competição do Festival Internacional de Criatividade de Cannes todas as peças criadas para Aspirina, do cliente Bayer. Os três anúncios: “Calma amor, não estou filmando isso” (.MOV), “Relaxa, até parece que eu estou gravando isso” (.MP3) e “Tá tudo bem, não estou anotando nada” (.DOC). foram acusados de sexista e de promoverem a prática do “sexting”, exposição íntima não consensual na internet. A repercussão negativa começou quando a campanha ganhou o prêmio em Outdoor e o tema chegou até a imprensa internacional.

O outro lado

Em comunicado, a Bayer afirmou que a veiculação foi de responsabilidade da agência, “a fim de atender os requisitos para submissão em Cannes” e que solicitou à AlmapBBDO a descontinuidade da campanha bem como a divulgação e promoção do anúncio.

Perfil no Facebook com releituras críticas da campanha

A AlmapBBDO divulgou comunicado oficial dizendo que “lamenta que o anúncio de Aspirina tenha causado constrangimentos e esclarece que não houve a intenção de tratar com indiferença abusos de qualquer natureza”. A agência também repudiou a prática de filmagem não consensual e qualquer espécie de violência ou invasão de privacidade.

A repercussão do caso motivou protestos na internet, inclusive com a criação no Facebook da página “Vai uma Aspirina?“. Até às 18h desta sexta, a página contava com 220 seguidores e fazia uma releitura crítica dos anúncios.

Casos emblemáticos

Os casos de sexting de famosos costumam gerar grande repercussão. Em outubro do ano passado, o ator Stenio Garcia e sua esposa tiveram fotos íntimas hackeadas e publicadas na internet. Também em outubro do ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que o Google pagasse uma indenização à apresentadora Daniela Cicarelli pela publicação de vídeos íntimos dela em 2006.

Algumas releituras críticas da campanha: