Nokia e a maré negativa do amor na balada

Meio & Mensagem
24 de julho de 2012 - 8h12

Se a intenção era gerar buzz ao redor de sua marca, a Nokia conseguiu. Primeiro, na última semana, ao revelar autoria pela ação “Perdi meu amor na balada”. Naquele momento, a marca via a campanha de lançamento do aparelho 808 Pureview como bem-sucedida (leia mais sobre a estratégia e assista aos vídeos aqui). Agora, uma semana depois, enfrenta a maré negativa da ação – e vem se negando a se pronunciar a respeito.

A Fundação de Proteção e Defesa de Consumidor do Estado de São Paulo (Procon-SP) considerou que a campanha, de autoria da agência parceira Na Jaca, infringe o artigo 36 de seu código, ao não deixar clara que se trata de conteúdo publicitário.

Em comunicado divulgado à imprensa, o Procon afirmou que “foi instaurado procedimento de investigação e, ao final, a empresa poderá ser autuada em multa que pode chegar a R$ 6,5 milhões".

Leia editorial de Regina Augusto sobre a campanha da Nokia

Na esteira de más notícias, o Conar, órgão de autorregulamentação do mercado publicitário, recebeu dez denúncias de consumidores insatisfeitos com a campanha. A alegação, a exemplo do questionamento feito pelo Procon, é de que o material não esclarece, desde o princípio, ser publicitário. O caso deve ser julgado em até 30 dias a contar da segunda-feira, 23, data de formalização do processo pelo Conar.

Em reunião realizada no início de julho, o órgão decidiu pela cassação de um filme  da Trident, veiculado em seu site como uma ação viral, justamente por não deixar clara sua natureza publicitária (leia mais sobre esta e outras decisões da mesma reunião aqui). Vale ressaltar, porém, que a decisão cabe aos conselheiros e ao relator envolvidos no caso – e que sua interpretação acerca do caso da Nokia pode ser diferente da tomada em relação ao filme da marca da Kraft Foods.