Após News Corp., Time Warner pode se dividir

Bárbara Sacchitiello
6 de julho de 2012 - 11h14

* Do Advertising Age

A decisão da News Corp. de dividir suas operações em duas frentes – jornalismo e entretenimento – anunciada há poucos dias, levantou uma nova especulação no mercado. A Time Warner, proprietária de canais televisivos, estúdios de cinema e de editora de revistas poderia, também, seguir o mesmo caminho e segmentar suas operações.

Há tempos alguns analistas do mercado defendiam a cisão dos negócios da Time Warner sob o argumento de que, se tivesse uma operação independente, a Time Inc. (divisão de revistas) poderia profissionalizar de maneira mais adequada sua atuação, propiciando, assim, que os investidores adquirissem ações de empresas com as quais eles tem identificação mais direta.

Com o anúncio da News Corp. feito na semana passada, a discussão sobre a possível cisão da Time Warner voltou à tona. Para Brian Wieser, analista de mídia da Pivotal Research, a separação dos negócios da Time Inc. das empresas da área de entretenimento e conteúdo de TV (como a Warner Bros e Turner) “representaria o direcionamento da indústria para a especialização, aproximando as operações com foco em vídeo e trabalhando, de outra maneira, as companhias focadas na informação”.

Outros analistas, porém, consideram improvável que a Time Warner siga os passos da News Corp a curto prazo. No atual momento, o conglomerado enfrenta diferentes realidades nas operações dos dois lados. Enquanto a receita da Warner Bros cresceram 7% no primeiro trimestre de 2012 – alcançando o montante de US$ 2,8 bilhões, o faturamento da Time Inc. está em rimo de declínio. A divisão das revistas enfrentou uma queda de 3% em sua receita publicitária nos três primeiros meses do ano. O faturamento com assinaturas também teve retração de 2%.

Diferenças

A situação da Time Warner, porém, é bem diferente da News Corp, que, desde o ano passando, ainda tenta lidar com a crise gerada pelos escândalos de grampos telefônicos que envolveram – e causaram o fechamento – do jornal News of the World. Ainda nesta semana, a Polícia prendeu, em Londres, três pessoas envolvidas no caso, sob acusação de suborno.

Tais problemas aceleraram o processo de cisão do conglomerado de Rupert Murdoch, com o objetivo de poder gerir cada um dos lados de maneira mais profissional e específica.

A Time Warner, por outro lado, não passa por nenhuma crise forte em sua divisão de publicações – ou, pelo menos, nada que motive uma divisão em curto prazo. A companhia não se pronunciou acerca das especulações dos analistas.