A estratégia da Starbucks para mitigar desgaste público
Mais de 8.000 lojas da rede fecharão para curso aos funcionários após caso de racismo em unidade da cafeteria na Filadélfia
A estratégia da Starbucks para mitigar desgaste público
BuscarA estratégia da Starbucks para mitigar desgaste público
BuscarMais de 8.000 lojas da rede fecharão para curso aos funcionários após caso de racismo em unidade da cafeteria na Filadélfia
Por Jessica Wohl, do Ad Age*
A rede Starbucks anunciou que deve interromper o funcionamento de todos os seus restaurantes nos Estados Unidos durante algumas horas para realizar um treinamento sobre educação racial. O pronunciamento acontece após a prisão de dois homens negros em uma de suas lojas.
50 anos depois e não está tudo bem
Mais de 8.000 unidades da rede fecharão durante a tarde do dia 29 de maio para o curso. A ação, “guiada para prevenir qualquer discriminação em nossas lojas” será oferecida a aproximadamente 175 mil funcionários, afirma a companhia. O Starbucks também afirma que planeja abrir o material do curso para outras empresas.
Semana passada, dois homens negros foram presos após um funcionário de uma loja na Philadelphia chamar a polícia porque os clientes estavam dentro da loja, apesar de não terem comprado nada. A companhia não prestou queixas, mas o estrago à imagem pública da Starbucks está em curso. Outro consumidor que estava no local gravou a ação, que foi compartilhada nas redes sociais e ganhou notoriedade do público rapidamente.
Em seguida, usuários começaram um movimento de boicote à Starbucks com diversos protesto contra a rede. Um estudo realizado pela Digimind afirma que foram mais de 100 mil menções da hashtag #BoycottStarbucks em redes sociais do dia 13 ao 16 deste mês.
Executivos da marca, incluindo seu CEO Kevin Johnson, estiveram na cidade para falar com os dois homens e descobrir os próximos passos para mitigar a crise. “Passei os últimos dias na Philadelphia com a equipe de liderança ouvindo a comunidade, aprendendo o que aconteceu de errado e quais os próximos passos para consertar isso”, afirmou Johnson em um comunicado. “Apesar de o problema não ser limitado ao Starbucks, estamos comprometidos a ser parte da solução. Fechar nossas lojas para treinamento é apenas um passo da jornada que requer dedicação de todos os níveis de nossa companhia e parceiros de comunidades locais”.
A Starbucks divulgou diversos comunicados sobre o assunto. Pouco antes de anunciar o treinamento de 29 de maio, soltou também outra nota afirmando que Johnson e os homens que foram presos “começaram conversas construtivas” e que o CEO pede desculpas em nome da rede.
Em comunicado sobre o estudo, a companhia afirmou que fará “um programa de treinamento desenhado para tocar em viéses implícitos, promover inclusão consciente, prevenir discriminação e garantir que todos dentro de lojas da Starbucks se sintam a salvo e bem-vindos”. A companhia desenvolverá o currículo do curso em parceria com Bryan Stevenson, fundador e diretor do Equal Justice Initiative, Sherrilyn Ifill, presidente e diretora do NAACP Legal Defense and Education Fund, Heather McGhee, presidente do Demos, Eric Holder, ex-promotor geral do país e Jonathan Greenblatt, CEO da Anti-Defamation League.
“Os valores que guiam a companhia são baseados em humanidade e inclusão, ” afirmou o Chairman Howard Schultz, que também está na cidade para encontrar líderes comunitários e funcionários da rede. “Nós aprenderemos com nossos erros e reafirmamos nosso comprometimento em criar ambientes saudáveis e acolhedores para todos os consumidores’.
Em 2015, quando Schultz era CEO, a companhia realizou uma campanha curta contra o racismo, chamada de “RaceTogether”, em que tentou fazer com que pessoas discutissem relações de raça. A ação incluía a hashtag do movimento em seus copos e anúncios de revistas.
A Starbucks não é a primeira empresa a fechar suas portas para realizar esse tipo de ação. O restaurante Chipotle fechou suas lojas por diversas horas em 2016 para realizar um treinamento sobre boas práticas com alimentos. A própria rede Starbucks também não é iniciante na prática. Em 2008, a marca suspendeu suas atividades por mais de três horas para melhorar o treinamento de seus funcionários.
https://twitter.com/missydepino/status/984539713016094721
*Traduzido por Salvador Strano
*Crédito da imagem no topo ichieChan/iStock
Compartilhe
Veja também
Prefeitura de São Paulo interrompe projeto do “Largo da Batata Ruffles”
Administração Municipal avaliou que a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana precisa dar um parecer sobre o projeto; PepsiCo, dona da marca, diz que parceria é de cooperação e doação e não um acordo de naming rights
Natal e panetones: como as marcas buscam diferenciação?
Em meio a um mercado amplo, marcas como Cacau Show, Bauducco e Dengo investem no equilíbrio entre tradição e inovação, criação de novos momentos de consumo, conexão com novas gerações, entre outros