Apetite de marcas por startups reflete corrida pela experiência
Movimentos como a aquisição de empresa de AI pelo McDonald´s e investimento do Walmart em estúdio de VR procuram antecipar o futuro
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Luiz Gustavo Pacete
29 de março de 2019 - 6h00
O McDonald’s comprar a Dynamic Yield, empresa de tecnologia que oferece soluções de personalização, exemplifica o ritmo com que grandes empresas têm investido em soluções fora de seu ecossistema na corrida da transformação digital. Neste caso, a rede vai investir US$ 300 milhões para deixar sua experiência de compra autônoma ainda mais completa. Pelo fato de raramente fazer aquisições de outras companhias, a compra da Dynamic Yield mostra o desejo da empresa de alavancar sua tecnologia para acelerar o crescimento na competitiva indústria alimentícia.
“A tecnologia é um elemento crítico para a velocidade de nosso plano de crescimento”, disse Steve Easterbrook, CEO do McDonald’s, ao anunciar a aquisição. Ele também revelou que a rede de fast-food está expandindo o papel que a tecnologia terá em seus negócios no futuro “e a velocidade com que estaremos aptos a implementar nossa visão, criando mais experiências personalizadas para nossos clientes”. Recentemente, o Walmart reforçou seus investimentos em imersão ao ampliar as relações com a Spatialand, startup de VR adquirida no ano passado especializada em tecnologias de imersão. “O objetivo desse projeto é compor no Walmart um negócio cada vez mais preparado para o futuro”, disse Katie Finnegan, CEO da Spatial, ao AdWeek.Guilherme Horn, líder de Inovação da Accenture, explica que existe também uma questão de estratégia de negócios envolvida neste processo. “Grandes empresas estão de olho em startups como uma forma de reduzir o time-to-market de algumas soluções. Aquisições costumam funcionar bem para agilizar o lançamento de um novo produto ou serviço ou como uma forma de reduzir o custo de seu desenvolvimento. O perigo é a empresa contaminar a cultura das startups com sua carga corporativa. Por isso, tem sido uma tendência deixar as startups adquiridas em estruturas separadas, em locais distintos e com equipes próprias. ”
“É um movimento que traduz o interesse das grandes empresas, em colocar o cliente no centro do negócio e aprender mais sobre ele. Para isso, é fundamental que as marcas disponham de competências e recursos para coletar, organizar e estruturar grande volume de dados. As empresas têm encontrado na tecnologia capacidades para realizar, de forma mais flexível, a personalização em massa através de plataformas digitais avançadas”, diz Marcelo Trevisani, CMO da CI&T, reforçando que, cada vez mais, as marcas descobrem a importância de investir em tecnologias para melhorar e personalizar as experiências dos consumidores.
Trevisani aponta que a combinação dos avanços em inteligência artificial tem permitido mudar o vetor que antes era pautado apenas pelo olhar para o retrovisor. “Hoje, é possível ser preditivo – consumo programático -, ou seja, ter a capacidade de prever a maior parte das necessidades e compras dos consumidores antes mesmo que sejam conscientemente percebidas. O McDonald´s registra mais de 68 milhões de pessoas que passam por seus drive thrus, diariamente. Neste caso, ao dispor de tecnologia de inteligência artificial, a empresa poderá aprimorar as experiências de seus consumidores e, por exemplo, ser capaz de prever ofertas personalizadas”, pontua.
Nesta semana, o Carrefour Brasil fechou uma parceria com a startup Zaitt, especializada em tecnologias de automação. O objetivo é a operação em conjunto do primeiro mercado 100% autônomo brasileiro, localizado no Itaim Bibi, em São Paulo. Com foco em food service, snacks, bebidas, produtos de limpeza, higiene pessoal e orgânicos, o mercado funciona 24h.
Walmart quer levar VR ao mainstream
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