Editora Globo chega aos 60 e foca digital
A partir desta semana, grupo oferece planos diferenciados de assinatura digital dos seus títulos
A partir desta semana, grupo oferece planos diferenciados de assinatura digital dos seus títulos
Meio & Mensagem
30 de maio de 2012 - 12h11
Ao completar 60 anos, nesta quarta-feira 30, a Editora Globo lança um plano de assinaturas digitais e uma política de preços para tablet diferenciados em relação aos títulos impressos. A ação é uma estratégia de ampliação da base de leitores e envolve, ainda, a criação de um departamento interno de publicidade que estimule o mercado a anunciar nas suas versões online. Segundo Frederic Kachar, diretor-geral da editora, o mercado brasileiro de revistas ainda guarda espaços relevantes para crescimento e os investimentos em digital da Editora Globo têm como objetivo ocupar “a capacidade ociosa tanto nas versões impressas quanto no digital”, diz. “Acredito que no digital há grandes possibilidades, a revista, por natureza, é uma plataforma de conteúdo segmentado e nós temos uma expertise que pode ser aproveitada para fortalecer, transferir toda a história dessas marcas do off-line para o online”, completa.
Objetivamente, a Editora Globo vai oferecer, gratuitamente, aos assinantes das versões impressas de seus títulos, o acesso à versão para tablets e edições na web. Além disso, novos assinantes terão a oportunidade de adquirir apenas a versão online, com um preço mais competitivo em relação aos títulos impressos, já que não envolvem o custo de impressão e logística. A diferenciação entre os preços de assinatura nas versões digital e papel é uma novidade entre as grandes editoras brasileiras.
Apesar da estratégia voltada aos tablets ser implementada em um momento em que o número de usuários ainda não é expressivo no País e diante de um cenário global de incertezas sobre o futuro dos impressos, Kachar ressalta que não há riscos. “Estou muito otimista nos dois”, relata. “Nosso negócio não é produzir o device e nem produzir papel, o negócio e fazer jornalismo e produzir conteúdo”, afirma. Kachar prefere não fazer estimativas em termos de faturamento ou incremento da base de assinantes.
“Minha maior preocupação é que a ação seja benfeita, com conteúdo que encante leitores e anunciantes e que possamos estimular que a nossa base tenha um tablete em casa e o use realmente para ler nossos conteúdos, bem como estimular o mercado anunciante a ter em mente que aquela peça pode ter uma criação diferenciada para o tablet”, relata. Para ele, o aumento dos investimentos publicitários nas versões de revistas online está diretamente ligado à expansão da base de usuários. “Se a base cresce, é claro que o criativo vai querer que a comunicação dele chegue em todo lugar”, acredita.
História
Fundada em 30 de maio de 1952, como Rio Gráfica Editora, a Editora Globo começou seus trabalhos com a publicação de histórias em quadrinhos e as primeiras revistas femininas de sucesso no Brasil, como Cinderela, Cinelândia, Meia Noite e Radiolândia. Em 1985, a Rio Gráfica adquire a Editora Globo do Rio Grande do Sul, uma casa de publicação de livros de propriedade da família Bertaso. Um ano depois, a Rio Gráfica passa a ser, definitivamente, conhecida como Editora Globo. Mantém em seu portfolio títulos como Época, Época Negócios, Época SP, Marie Claire entre outros. A joint venture com a Condé Nast, em 2010, assume a revista Vogue e seus títulos derivados e lança, nos últimos dois anos, as revistas Glamour e QG.
Atualmente, a Editora Globo publica 17 revistas e, segundo números do Instituto Verificador de Circulação (IVC), soma 3,2 milhões de exemplares por mês, atingindo 8,9 milhões de leitores. Seus sites têm 7,9 milhões de unique visitors/mês, de acordo com os números do Ibope. Além da divisão de revistas, mantém também a Globo Livros, com mais de 1.000 títulos ativos e best-sellers como “Ágape”, do Padre Marcelo Rossi, que chegou a oito milhões de exemplares vendidos. O faturamento da Globo Livros corresponde a 15% do total do grupo.
Colaborou Marta Bernardo Cesar
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