Festival do Rio precisa de R$ 3,5 mi para acontecer
Marcado para novembro, evento que é realizado há 20 anos corre o risco de ter a próxima edição cancelada; organizadores vão definir nos próximos dias
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Teresa Levin
13 de setembro de 2019 - 10h29
Festival do Rio, em 2018, na sua última edição (Crédito: Divulgação/ Davi Campana/R2FOTO)
Após 20 anos de existência, o Festival do Rio pode não acontecer em 2019. Na última quinta-feira, 12, através de uma publicação no Facebook os organizadores do evento revelaram que buscam o apoio de várias empresas mas, se o atual quadro não mudar, podem ter que cancelar a edição marcada para novembro. Com um aporte de R$ 500 mil da Globo Filmes, o festival precisa de R$ 3,5 milhões para ser colocado de pé. A organização do evento resolveu abrir ao público o cenário pelo qual passa pois nos próximos dias terá que definir ser haverá ou não mais uma edição do Festival do Rio em 2019.
“Estamos em uma batalha para colocar o festival de pé, é a nossa função, fazemos isso há 20 anos e temos um compromisso tão grande com a área do audiovisual. Alavancamos parte do cinema brasileiro ao longo da história, no circuito nacional e internacional”, comenta Vilma Lustosa, diretora do Festival do Rio. Ela explica que a organização está em contato com várias empresas mas, além da Globo Filmes que investiu no evento ainda na virada do ano, nada está definido. Há a possibilidade de diversos formatos de patrocínio que podem ser negociados e elaborados com cada anunciante. Vilma informa que o festival tem leis de incentivo federal e ainda o ICMS do governo do Rio de Janeiro. “Estivemos com o governador há um mês, junto com o setor do cinema, e ele se mostrou sensível ao audiovisual, acredita que é importante para a economia, para o estado. Temos que reconstruir este ambiente”, coloca.
Esta é a primeira vez que o evento não conta com o patrocínio da Petrobras. A empresa já vinha reduzindo seu investimento no festival mas, mesmo assim, no ano passado destinou R$ 750 mil a ele. Em outras edições, através da BR Distribuidora, chegou a ficar a frente de toda a verba para a realização do mesmo. “Foi o que nos permitiu fazer um planejamento estratégico com contratos de três anos, ações internacionais, que levaram ao desenho que temos hoje”, fala. Através desta segurança, ela conta que o Festival do Rio incrementou a relação com outros festivais como Veneza, Cannes, Berlim e Toronto. “Trazendo curadores, diretores, para visionar o cinema brasileiro. Se hoje temos uma porta de entrada em Cannes é nossa responsabilidade, construímos isso”, diz.Outro aporte importante que o evento teve ao longo dos anos para ser realizado em toda sua magnitude vinha da Prefeitura do Rio de Janeiro; a parceria acabou quando Marcelo Crivella assumiu o cargo de prefeito da cidade. “Durante muitos anos tivemos verba da prefeitura. É natural que as prefeituras das cidades se vendam através de festivais como este, que coloquem dinheiro”, pontua. Vilma acrescenta ainda que, em sua visão, o que acontece agora é um reflexo da crise do mercado carioca. “Quando o Rio estava bombando as empresas estavam todas aqui, mas se transferiram, foram embora. Sabemos que é algo cíclico, vai voltar, temos que recuperar o Rio. Precisamos fazer um trabalho forte de recuperação da cidade e de seus eventos”, conclama.
Usualmente realizado em setembro e outubro, este ano o Festival do Rio está marcado para 7 a 17 de novembro. O evento recebe uma média de 150 mil espectadores ao logo dos dez dias em que acontece. Além de gerar 1500 empregos diretos e indiretos, a mídia espontânea ao redor dele é de R$ 200 milhões, informa Vilma. Em torno de 15 cinemas e espaços de exibição recebem os filmes do evento que conta ainda com um encontro paralelo destinado ao mercado, o Rio Market.
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