Rio+20 celebra “cliqueativismo”
Quarenta anos depois da primeira conferência, Rio+20 coloca novas tecnologias a serviço da causa sustentável
Quarenta anos depois da primeira conferência, Rio+20 coloca novas tecnologias a serviço da causa sustentável
Meio & Mensagem
13 de junho de 2012 - 10h35
Tão logo os trabalhos da Rio 92 terminaram, os meios de comunicação brasileiros e internacionais tinham um meta ambiciosa: tornar o tema ambiental presente na pauta da mídia e popularizar questões que, até então, eram reservadas a ativistas, membros de entidades públicas e cientistas. Quando a Rio+20 terminar, no dia 22 deste mês, os desafios serão outros: qualificar, ampliar e estimular o engajamento digital.
Os esforços de comunicação, na verdade, começaram há 40 anos, na Conferência de Estocolmo, realizada em junho de 1972. Naquela ocasião, os países participantes da primeira grande conferência da série que se desdobra até hoje ressaltaram a importância da participação da mídia na formação da opinião pública, o que se realizou, de fato, apenas com a Rio 92 (leia trechos dos documentos oficiais no quadro ao lado).
A Rio+20, conferência que começa nesta quarta-feira, 13, deve incorporar um novo elemento, inexistente em 1972 e inexpressivo em 1992: as novas tecnologias e a participação social por meio das redes sociais. Se a tônica da comunicação nas conferências anteriores foi a grande mídia, o centro agora são as novas tecnologias e comunicação digital.
A contar pelo Rascunho Zero, documento inicial que vai pautar as discussões entre os participantes da Rio+20, agora o foco está no público, que já produz, repercute, discute e amplifica as questões ambientais e outros temas ligados à sustentabilidade. O “Rascunho Zero” não faz nenhuma referência aos meios de comunicação tradicionais. As novas tecnologias ganham duas citações. Confirmada a tendência, a Rio+20 deve ser a conferência do engajamento digital.
Cliqueativismo
Para Rômulo Sampaio, coordenador acadêmico do Programa de Direito e Meio Ambiente da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro, a partir das duas primeiras conferências, “os veículos tradicionais ganharam muita importância e houve uma qualificação da cobertura, hoje o tema é tratado em um nível muito melhor do que em 1992”, avalia. Sampaio concorda que as mudanças tecnológicas certamente vão alterar o papel que os meios de comunicação terão no relatório final da Rio+20.
Sampaio, no entanto, alerta que “não adianta esperarmos que a conferência resolva os problemas da comunicação. Ela é o momento de compatibilizar a agenda para que todos possam pensar em diversas soluções”. Entre os maiores desafios que a Rio+20 deve enfrentar, ao centralizar a participação social nos meios digitais como instrumento de conscientização, é, segundo o professor, dar qualificação para os usuários em relação aos temas da sustentabilidade. “O cliqueativismo, embora seja importante, nos leva até determinado ponto”, afirma, “mas a partir daí é importante que as pessoas compreendam a complexidade daquilo que está por trás daquela informação”, completa.
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