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Opinião

5G: entre o sonho e a realidade

Tudo muito bonito no papel, correto? Mas aí vem a realidade. E, com ela, todos os seus percalços


1 de março de 2023 - 14h49

Crédito: Shutterstock

Em qualquer análise ou debate sobre o futuro da tecnologia, há uma base primordial para garantir a conectividade e a interdependência de todo o sistema: a disseminação do 5G. É uma evolução que ampliará as potencialidades da rede atual, alcançando padrões altíssimos de velocidade de conexão, usuários simultâneos, amplitude da cobertura, eficiência e maiores transferências de dados. Tudo isso tornará praticamente infinitas as possibilidades no metaverso, na comunicação e em muitos outros pontos da jornada diária das pessoas.

Tudo muito bonito no papel, correto? Mas aí vem a realidade. E, com ela, todos os seus percalços — em especial, talvez aquele mais conhecido: o de capacidade de investimentos para colocar em prática toda a infraestrutura e logística necessárias. Em outras palavras, saber quem vai colocar a mão no bolso.

Em uma Europa imersa na guerra e com a economia deprimida, esse tem sido um tópico recorrente — como temos visto no maior evento de conectividade do mundo, o Mobile World Congress (MWC), que acontece em Barcelona. Assim como no caso da energia elétrica, as telecomunicações buscam um caminho para a sustentabilidade financeira. O que é difícil diante dos desafios de infraestrutura: o continente já gastou 600 bilhões de euros nos últimos cinco anos, com um horizonte próximo de mais de 1,7 trilhão.

Vê-se uma disposição do setor de trabalhar de maneira cooperada, compreendendo como esse investimento constrói valor para todos. No entanto, algumas mudanças parecem estar em pauta. A CEO da operadora francesa Orange, Christel Heydemann, refletiu sobre a neutralidade da rede — algo que pode parecer inegociável diante de um cenário de maior controle de privacidade. No entanto, apontou a executiva, é preciso encontrar um modelo de taxação mais adequado.

Se este é o contexto europeu, o dos países em desenvolvimento tende a ser ainda mais desafiador. Pode parecer um banho de água fria para quem já vê como certa a disseminação do 5G. E, é claro, ela acontecerá. O que o setor precisa ponderar é a busca de mais soluções colaborativas. Afinal, não existe caminho para inovação — e que mude de verdade a vida das pessoas — sem que todos trabalhem juntos, como um ecossistema.

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