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25 de junho de 2020 - 8h42
Por Guilherme Junqueira (*)
Ter nas mãos um diploma universitário é o sonho de uma parcela considerável da população. Mas será que hoje, com tudo que temos acesso, principalmente a internet, ter um diploma é um divisor de águas nas decisões de contratações?
Em um mundo que está vivendo revoluções tecnológicas, o que afinal fará diferença para a geração de profissionais do futuro? E como as escolas, universidades e o governo estão se preparando para este cenário exponencial de mudanças? Foi buscando compreender mais a fundo o que será essencial para um alto desenvolvimento no mercado de trabalho nos próximos anos que o WEF – World Economic Forum – realizou uma pesquisa citando as dez habilidades que o profissional deve ter para não ficar para trás. Eu, particularmente, gostei muito, porque todas elas entram em habilidades comportamentais conhecidas como Soft Skills, algo que bato na tecla há pelo menos seis anos.
Essas dez habilidades citadas são: Flexibilidade cognitiva, negociação, orientação a serviço, julgamento e tomada de decisões, inteligência emocional, coordenação, gestão de pessoas, criatividade, pensamento crítico e resolução de problemas.
E o que vai acontecer nos próximos anos? A diferença entre uma pessoa formada e o cargo ocupado vai aumentar, e, na minha visão, o diploma vai se tornar cada vez mais obsoleto. Além disso, os problemas que enfrentamos dentro do mercado de trabalho serão menos lineares, aumentando a necessidade de equipes multidisciplinares, multiconectadas e preparadas para cenários imprevisíveis. Nos próximos anos, para conseguir um trabalho, você não será mais avaliado pelo diploma e, sim pelo portfólio, ou seja, pela sua capacidade e histórico de resolução de problemas.
Dentro deste cenário acredito que muitos profissionais irão estranhar essa mudança, pois continuam buscando meios tradicionais para crescerem no mercado e encontrarem vagas de emprego. É claro que temos que considerar profissões regulamentadas, como medicina, direito, entre outras que você precisa de fato da formação e credenciamento para exercer a profissão, mas quando falamos de Economia Criativa e Mercado Digital, essa necessidade muda completamente. Somente uma pequena minoria vai abrir os olhos para esta crise e começar a buscar métodos alternativos para aumentar suas skills e consequentemente seu salário, e alcançar o sucesso em suas carreiras não lineares. Porém, grandes empresas brasileiras de tecnologia como Nubank, iFood, Creditas e Loggi, já seguem o modelo e não exigem mais diploma universitário para nenhuma vaga. Bravo!
Antigamente, era muito comum vermos nossos pais e avós buscando estabilidade em suas profissões, hoje isso mudou, pois a lógica de trabalho digital não é linear. Somos obrigados a nos reinventar todos os dias porque os conteúdos que estudamos na universidade tem um prazo de validade muito curto. A questão é, como você está encarando o desafio de se preparar para alcançar seus objetivos profissionais? Sabemos que os ensinos tradicionais não preparam os alunos para o mercado digital. Há uma enorme lacuna entre a teoria, o conteúdo absorvido e a aplicação real no mercado de trabalho.
Mas afinal, ter ou não um diploma na era digital? Acredito que mais que um diploma, as pessoas devem ter vontade de aprender e sede de crescimento. O fim do diploma já chegou. Se você espera que somente ele te dê um lugar ao sol, pode ser que fique esperando na sombra por muito tempo. Faça você mesmo a sua própria trilha!
(*) Guilherme Junqueira É fundador e CEO da Gama Academy.