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Opinião

Economia dos criadores de conteúdo

Nova economia dos criadores já é estratégica e merece padrões para fazer entregas seguras e sustentáveis

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23 de maio de 2023 - 6h00

A valorização de influenciadores negros

Olesia Bilkei / Shutterstock

Uma das vantagens da experiência é que, vez por outra, a gente bate o olho em uma situação e pensa: “poxa, já vi esse filme”. A profissionalização dos creators, por exemplo, é um processo que vi acontecer com a publicidade digital, que no passado foi tratada como “brinde” para quem adquiria campanhas offline. Na época, era bem difícil mensurar os resultados, mas rapidamente o digital ganhou tração e profissionalização, virou todo um setor tão relevante quanto é hoje.

Nos últimos anos, os criadores têm vivido uma realidade semelhante a essa que já vi acontecer diante dos meus olhos. Eles vêm ganhando tração, encontrando formas de mensuração e, como era de se esperar, hoje merecem ter padrões e boas práticas. Igualzinho o digital no passado.

Costumo detectar essa mudança de patamar de um setor quando começa a ficar claro que existem diferentes profissionais, empresas, pessoas e tipos diversos de serviços envolvidos com a atividade. Contratar influenciadores já há alguns anos não é tipo disque-pizza, em que você liga e pede. Há toda uma cadeia de profissionais envolvidos nessa Economia dos Criadores, bem como uma série de processos de co-criação entre creators e marcas até que uma campanha finalmente vá para o ar.

E ainda tem um detalhe! Por conta da força que os criadores têm frente à sua comunidade, nem sempre eles aceitam campanhas com uma determinada marca. É cada vez mais comum que exista uma avaliação criteriosa para garantir que a campanha faz sentido para a mensagem e a verdade que eles querem passar para os seus públicos. Isso significa que eles escolhem com que marcas, com quais linguagem e até em que momentos vão fazer campanhas publicitárias.

Com a experiência de profissionalização de um setor que experimentamos lá atrás, quando mostramos que o digital era um negócio que precisava de padrões e formatos, mais uma vez o IAB Brasil está se organizando para fazer o mesmo para os criadores. Reunimos nossas melhores mentes e inauguramos o comitê de “Creators Economy”, dedicado a estudar, explorar e se aprofundar na economia dos criadores de modo que seja possível discutir e criar coletivamente conteúdos que auxiliem no desenvolvimento de ações com creators que sejam seguras e sustentáveis.

A criação do comitê responde a uma demanda ativa dos nossos associados, que têm percebido a representatividade dos creators para a publicidade digital do Brasil. Investir nesta nova economia não é algo “acessório” ou um brinde, é parte da estratégia e, portanto, deve ser tratado com o cuidado e atenção que merece.

Sabe a parte boa? Esse não é um movimento apenas tupiniquim. Profissionais do mundo todo buscam entender como lidar com esse novo flanco da publicidade digital que gera empregos, impacto econômico e cria novas empresas, mas que também traz benefícios e riscos até então inéditos. Fico muito orgulhosa de ver o Brasil na dianteira desse assunto no mercado global, com discussões avançadíssimas, que compreendem que a influência também perpassa o entendimento das comunidades e de uma comunicação verdadeira, adaptada à linguagem de cada creator.

Discutir a profissionalização dos criadores, no final, é uma maneira de defender o setor, fazendo com que os padrões sejam benéficos tanto para os criadores quanto para as marcas. Por isso que faço questão de fomentar no IAB Brasil o trabalho por meio de comitês que incluam o coletivo, para buscar uma visão mais ampla do negócio que entenda o que dá certo e o que deve ser evitado.

Seria incrível, inclusive, contar com ainda mais empresas do ecossistema da Creators Economy, como agentes e agências, participando conosco dessa conversa, seja se associando ao IAB Brasil e participando do comitê ou acompanhando (e até criticando!) os materiais e conclusões a que chegarmos.

Quem sabe juntos conseguimos propor uma relação cada vez mais segura e sustentável para todos? É o que eu espero que aconteça. Felizmente minha esperança tem base nas boas experiências que tenho acompanhado ao longo das últimas décadas. Estou otimista!

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