Justiça proíbe campanha “O Brasil não pode parar”
Secom diz que vídeo que circula nas redes sociais e grupos privados é “experimental” e não foi aprovado
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Renato Rogenski
28 de março de 2020 - 12h11
Na manhã deste sábado, 28, a juíza Laura Bastos Carvalho, da Justiça Federal do Rio de Janeiro, concedeu uma liminar que suspende a suposta campanha do governo “O Brasil não pode parar”. O Ministério Público Federal no Rio apresentou a ação para impedir que a comunicação seja veiculada “por rádio, televisão, jornais, revistas, sites ou qualquer outro meio, físico ou digital”.
Por meio da liminar, a Justiça Federal também acatou o pedido do MP para que a União não execute neste momento nenhuma campanha que “sugira à população brasileira comportamentos que não estejam estritamente embasados em diretrizes técnicas, emitidas pelo Ministério da Saúde, com fundamento em documentos públicos, de entidades científicas de notório reconhecimento”.
Nos últimos dias, um vídeo institucional com a assinatura “O Brasil não pode parar” foi compartilhado nas redes sociais e grupos fechados de troca de mensagens. A peça defende que cidadãos e empresas brasileiras retornem às atividades, contrariando as orientações da Organização Mundial da Saúde e outras organizações globais para conter a proliferação do novo coronavírus.
Sobre o assunto, por meio de um comunicado emitido na manhã deste sábado, 28, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) afirmou que “definitivamente, não existe qualquer campanha publicitária ou peça oficial da Secom intitulada ‘O Brasil não pode parar’”. A secretaria ainda trata como “mentira” e “fake news” o que foi divulgado por “determinados veículos de comunicação”. “Não há qualquer veiculação em qualquer canal oficial do governo federal a respeito de vídeos ou outras peças sobre a suposta campanha”, diz a nota.
O teor do vídeo, que circula pelas redes sociais, afirma que o isolamento social deve se restringir somente os idosos, um dos principais grupos de risco de contágio da Covid-19. “É preciso proteger estas pessoas e todos os integrantes dos grupos de risco, com todo cuidado, carinho e respeito. Para estes, o isolamento. Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade”, afirmava a publicação.
Na sexta-feira, 27, no entanto, a Secom já havia se pronunciado sobre o assunto, afirmando que o vídeo foi produzido em caráter experimental, com custo zero e sem avaliação e aprovação da Secom. “A peça seria proposta inicial para possível uso nas redes sociais, que teria que passar pelo crivo do governo. Não chegou a ser aprovada e tampouco veiculada em qualquer canal oficial do governo federal”, diz o texto da secretaria.
Abaixo o vídeo que circula nas redes sociais:
Crédito da imagem de topo: eugenesergeev/iStock
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