Maurice Levy se diz otimista com fusão

Meio & Mensagem
17 de outubro de 2013 - 10h46

Por Emma Hall, do Advertising Age (*)

Publicis Groupe e Omicom estão otimistas sobre as perspectivas da fusão entre os dois gigantes, que será aprovada por reguladores em mercados globais. E agora, as empresas estão tentando organizar a situação para planejar como as empresas vão se unir.

Maurice Levy, CEO do Publicis Groupe – enquanto apresentava para analistas e imprensa os resultados do terceiro trimestre da empresa – disse que um comitê de integração será organizado em breve, sendo co-liderado por Levy e John Wren, CEO do Omincom Group. 

Essa força tarefa será composta por um número igual de executivos de ambos os grupos. Seu trabalho será olhar para todas as áreas de integração e coordenar times específicos para planejar com antecedência e lidar com problemas que podem aparecer. Os nomes das pessoas do grupo – que darão uma dica de quem vai liderar a empresa após a fusão – serão anunciados em um encontro entre executivos que acontece esta semana no hotel The Four Seasons de Miami. A reunião “é sobre conhecer e entender um ao outro – culturas, processos e ativos – e começar a criar o processo de integração”, disse Levy. 

Obstáculos regulatórios

Assim como John Wren, Levy disse estar otimista de que o acordo será aprovado nos mercados globais.

“Não prevejo grandes problemas”, disse. “O mais difícil ficou para trás – agora é somente um processo que temos que seguir cautelosamente. Estou otimista, baseado nas opiniões de advogados e economistas que trabalharam com questões de participação de mercado”.

A fusão foi aprovada na África do Sul e Coreia e a autorização para a fusão no Brasil e México é “uma formalidade”, afirmou Levy. Nos Estados Unidos, um arquivamento antitruste foi feito no início de outubro, e na Europa, um projeto de notificação está sendo discutido com a Comissão Europeia desde meados de setembro. Na China, o pedido foi feito para o MOFCOM (o Ministério do Comércio do país). 

Quando perguntado se os clientes estavam esperando compartilhar as sinergias, Levy disse, “Nenhum cliente fez esta pergunta para mim. Talvez seja porque eles são educados, mas ninguém disse que eles estão felizes de que suas taxas diminuirão. Eles disseram que estão satisfeitos que seremos mais fortes e teremos uma ampla gama de serviços”. 

Maurice Levy insistiu que esta será “a melhor fusão”, e que a escala do novo grupo irá ajudar a desenvolver novas abordagens sobre big data. De qualquer forma, ele ressaltou, “a criatividade nunca será substituída por algoritmos”. 

Ele falou de quando entrou para este negócio, escrevendo algoritmos e programas. “Eu entreguei a primeira otimização para audiência e investimento no mercado francês na década de 1960. Queria ver se podíamos usar computadores para ajudar criativos – mas descobrimos que [os computadores] podiam fazer muito pouco em relação a grandes ideias e conexões emocionais”. 

Resultados do terceiro trimestre

Levy estava falando durante a apresentação sobre o terceiro trimestre do Publicis Groupe, na qual ele reportou crescimento orgânico de 3.5% (3.3% no acumulado do ano) e receita de 6.8 bilhões de dólares, com a América do Norte alcançando crescimento de 4.5%. Os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) e Missat (México, Indonésia, Cingapura, África do Sul e Turquia) cresceram 1.5%, em parte devido a uma baixa na China, onde o crescimento foi 2.4%.

O CEO do Publicis Groupe disse que está confiante de que a diminuição nos valores da China será temporária. Ele afirmou que o grupo está reduzindo sua dependência em bens de luxo, que correspondem a uma proporção significativa dos clientes do Publicis na região. 

O “resto do mundo” – incluindo Austrália, Coréia e Argentina – cresceu 10.1%, e a Europa, 0.4%. Na América do Norte, o digital cresceu 11.3% no acumulado do ano, e contribuiu para mais da metade da receita do grupo, alcançando 51.8% no terceiro trimestre. 

(*) Tradução: Aline Rocha 

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