O mercado de olho em Cuba
Visita histórica de Obama e abertura econômica da ilha chama a atenção de empresas como WPP e Llorente & Cuenca que já possuem projetos no País
Visita histórica de Obama e abertura econômica da ilha chama a atenção de empresas como WPP e Llorente & Cuenca que já possuem projetos no País
Luiz Gustavo Pacete
21 de março de 2016 - 8h00
Desembarcou na tarde deste domingo, 20, em Havana, Cuba, o presidente Barack Obama. É a primeira vez, em 88 anos, que um chefe de Estado americano visita a ilha.
O sinal de reaproximação ocorre desde julho do ano passado quando o presidente americano reatou as relações com a ilha. Apesar do futuro da relação incerto, com um processo eleitoral em curso nos Estados Unidos e a dependência do Congresso para a queda do embargo, centenas de empresas já se preparam e estudam o mercado cubano.
Multinacionais como Mastercard, American Express e Visa são exemplos de marcas que liberaram ou estudam a liberação de suas bandeiras para uso em Cuba. Estima-se que o mercado cubano possa movimentar US$ 30 bilhões nos próximos cinco anos.
Em abril do ano passado, Raúl Castro e Obama se encontraram na VII Cúpula das Américas. Na ocasião, uma comitiva cubana esteve no local para apresentar as oportunidades econômicas da ilha a eventuais investidores.
Na época, Rodrigo Malmierca, ministro de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, afirmou que Cuba precisa de US$ 2,5 bilhões de investimentos estrangeiros para estimular o crescimento.
Em julho do ano passado, o WPP anunciou o início de suas operações em Cuba. Por meio de um contrato com o Palco Group, empresa estatal. O objetivo é trabalhar com todas as formas de comunicação e preparar o ambiente econômico para que outras empresas se instalem em Cuba, inclusive prestando serviços de consultoria.
Na semana passada, o espanhol José Antonio Llorente, sócio fundador e presidente da agência Llorente & Cuenca, que também opera no Brasil, falou ao Meio & Mensagem sobre as oportunidades em Cuba onde a agência acaba de inaugurar uma operação.
“Neste momento, o principal objetivo de nossa operação é auxiliar as empresas espanholas que querem ampliar as relações com Cuba. Sabemos, dos desafios, mas o objetivo é estar preparado para quando o País estiver aberto”, explica.
Llorente fala também que os acordos políticos serão fundamentais para determinar o futuro da economia cubana. “Hoje, a Espanha tem 500 empresas atuando em Cuba, sem contar as francesas, britânicas e canandesnes. Além de companhias de outros países latino americanos e até mesmo do Brasil que podem atuar por lá”, diz ele. Dentre as empresas brasileiras que operam em Cuba estão a Souza Cruz e a seguradora Capemisa, no total, 300 empresas do Brasil operam na ilha.
Para Llorente, Cuba vai precisar de investimentos em áreas que vão de infraestrutura a serviços.
Na noite desta segunda-feira, 21, a televisão cubana exibe uma participação especial de Obama em um dos programas humorísticos mais famosos do país:
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