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Comunicação

Personalidades e mercado celebram legado de Olivetto para além da publicidade

Publicitário conseguiu inserir publicidade brasileira na cultura popular e, com isso, a elevou a um patamar global


13 de outubro de 2024 - 20h16

Nota atualizada em 13/10 às 22:51

Washington Olivetto morreu na tarde deste domingo, 13, no Rio de Janeiro (Crédito: Divulgação)

Não somente o mercado publicitário lamenta a perda de Washington Olivetto neste domingo, 13, como personalidades dos mais diversos segmentos, reverberando o quanto o publicitário marcou não somente o universo ao qual dedicou toda sua carreira, mas a cultura brasileira como um todo.

Esse legado foi, inclusive, imortalizado em versos de Jorge Ben Jor, de quem o criativo era próximo. “Alô, alô, W/Brasil” é o refrão da música cujo título é nada mais, nada menos que o nome da agência fundada por Olivetto. Em outra composição, Engenho de Dentro, Ben Jor também faz menção ao amigo.

Corinthiano fervoroso, o publicitário recebeu nota de pesar do clube pelo qual torceu a vida inteira. “Um dos ícones da publicidade, herdou a paixão pelo Corinthians de seu tio Armando. Olivetto foi vice-presidente de Marketing do Clube e além de ser um dos fundadores do movimento Democracia Corinthians”, diz a nota.

A WMcCann, agência do McCann Worldgroup que até hoje carrega a inicial de seu nome e que nasceu da W/Brasil, fundada por ele, também se manifestou. “Obrigado, Washington Olivetto, por tudo que você significou, significa, e continuará significando para todo nosso mercado e nossa cultura popular. Nós, da WMcCann, seremos solidários em tudo que pudermos, com a reverência que você merece. por tudo que você significou, significa, e continuará significando para todo nosso mercado e nossa cultura popular”.

Hugo Rodrigues, chairman da WMcCann e sucessor de Olivetto no comando da agência, decidiu trabalhar com publicidade depois de ler uma entrevista com ele, em 1988. “Ele tinha essa força sutil de conquistar qualquer um falando sobre publicidade. Do mesmo jeito que ele me fez correr atrás de um sonho, imagina quantas pessoas ele impactou? Perdemos a matéria e a genialidade, mas a história de Washington continuará viva”, afirma.

Para o publicitário, não é força de expressão dizer que Olivetto foi o Pelé da publicidade, como escreveu Juca Kfouri na Folha de S. Paulo. Filipe Bartholomeu, CEO da AlmapBBDO, concorda: “Washington foi o maior de todos. O Brasil não seria o que é no mundo da música sem Tom Jobim, assim como no mundo da propaganda sem Washington. Ele abriu a estrada para que depois viessem criativos, empresários, uma indústria, um país inteiro. Se apaga uma luz dentro de mim e de todos nós. Digo isso como publicitário, corinthiano, mas, acima de tudo, brasileiro”.

Já Vitor Barros, CEO da Propeg, ressalta que o publicitário inspirou profissionais do mercado a acreditar no poder das  ideias e a buscar a simplicidade. “Sua contribuição para a publicidade brasileira foi gigante, abrindo caminho para gerações de criativos e líderes que reconhecem nas suas campanhas uma aula eterna de inovação e criatividade”, diz.

Na definição de Ehr Ray, CEO e CCO da BETC Havas, Olivetto conseguiu colocar o Brasil no mapa da criatividade mundial, mostrando que negócios e criatividade caminham juntos. “Para uma geração de líderes criativos e donos de agências, ele foi o mestre, nos ensinando a pensar além. Com obras memoráveis, como “O Primeiro Sutiã” e “O Garoto da Bombril”, foi visionário ao perceber que publicidade e cultura popular precisavam caminhar juntas. E transformou o ser publicitário em motivo de orgulho. Seu legado transcende prêmios e moldou nossa indústria. O vazio que deixa é imenso, mas seu impacto é eterno”, declara.

Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo, celebra a parceria de Olivetto com a Globo para a construção do mercado publicitário nacional.  “Sentiremos falta da sua fantástica capacidade de entender, interpretar e se comunicar com o Brasil, através de campanhas memoráveis que inspiraram e emocionaram gerações. À família, aos amigos e aos companheiros de trabalho, enviamos nosso abraço carinhoso”.

O tino para os negócios é uma característica também ressaltada por João Dabbur, diretor geral da Magna, unidade de negociação e inteligência da Mediabrands: “Além de gênio criativo, dos maiores da história, Washington Olivetto era um homem de negócios como poucos. Ajudou a criar e por décadas garantiu a estabilidade do modelo de negócios do nosso mercado. Com isso, devemos a ele o tamanho e relevância atual da propaganda brasileira”.

Veja outras manifestações sobre a partida de Olivetto neste domingo, 13:

Corinthians

WMcCann

Stefano Zunino, CEO do WPP no Brasil

“Antes de eu chegar ao Brasil, em 2001, o Brasil já tinha chegado a mim.
Foi por meio da obra de Washington Olivetto – que era celebrado como visionário em festivais e premiações internacionais nos anos 90 – que vislumbrei um pouco do melhor lado deste país.
Hoje, com a notícia de sua morte, o mundo da publicidade perde um de seus maiores mestres. E eu perco uma referência absoluta.
Quando estava começando minha carreira internacional, já falavam dele como alguém que transformou a publicidade em arte, capturando a essência do brasileiro em cada campanha. Sua genialidade transcendeu fronteiras, e cada peça que criou trouxe um toque único de conexão com o público.
Olivetto não apenas fez campanhas inesquecíveis, mas marcou gerações com seu talento singular.
E, mesmo após sua partida, sua obra continuará a ser lembrada com respeito e admiração, inspirando futuras gerações.
Se queres ser universal, conta-me de tua aldeia.
A aldeia de Olivetto foi o Brasil e foi a publicidade. Daí, transcendeu de forma simples, singular e irresistível para o mundo. De onde sua marca jamais sairá.
Obrigado, W.”

Publicis Groupe

ABA

Karina Ribeiro, CEO da VML Brasil

“Ele foi quem abriu os caminhos para que a publicidade brasileira ganhasse o protagonismo que tem, conectando propaganda à cultura num nível que não se viu em nenhum outro lugar do planeta. Formou gerações de criativos e foi um dos responsáveis por moldar a forma como trabalhamos comunicação no Brasil. Washington deixa um legado enorme, do tamanho da saudade e da tristeza da notícia de sua partida”

PJ Pereira, creative chairman da Pereira O’Dell

Ricardo Amorim, economista

Milton Neves

Gilberto Gil

Janaina Torres, chef de cozinha

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