Péssima hora para fracasso da megafusão
Novidade foi anunciada no mesmo momento que profissionais da indústria se reuniam no Congresso Mundial IAA, em Pequim
Novidade foi anunciada no mesmo momento que profissionais da indústria se reuniam no Congresso Mundial IAA, em Pequim
Meio & Mensagem
9 de maio de 2014 - 12h34
Por Angela Doland, do Advertising Age (*)
Para o Omnicom e o Publicis Groupe, o momento do colapso da planejada fusão de US$ 35 bilhões foi estranho: ocorreu no exato momento em que os líderes da publicidade se reuniam em Beijing, para o Congresso Mundial da International Advertising Association (IAA) . O CEO do Grupo WPP, Martin Sorrell, foi um dos primeiros a falar no evento, que ocorreu nesta sexta-feira, 9. Ele não resistiu em fazer alguns comentários sobre o negócio falho de seus rivais.
"Eu acho que foi, arrisco dizer, uma tentativa mal pensada de consolidação da nossa indústria", disse Sorrell, que frequentemente criticava o plano de fusão de seus concorrentes. O fracasso do acordo significa que o Grupo WPP de Sorrell vai manter seu posto de primeiro lugar no setor com a receita de US$ 17,3 bilhões.
"O que é interessante sobre o mecanismo do mercado é que ele sacode negócios que não têm uma lógica básica e estratégica de sustentação”, disse Sorrell, acrescentando que "as galinhas voltam para o poleiro, no final das contas".
O negócio falho teria exigido acordos regulatórios de todo o mundo, e as entidades responsável por isso na China ainda teriam que dar sua bênção. Em uma conferência com analistas de mercado em Paris, o CEO do Publicis, Maurice Levy, disse que o atraso da China, juntamente com as divergências sobre a estrutura de liderança e questões fiscais no Reino Unido e na Holanda, estava entre várias questões que levaram ao colapso.
A conferência da IAA teve o Grupo Omnicom como um de seus principais patrocinadores. Neste dia, a Omnicom lidava com o colapso do negócio, e também estava sediando uma festa para o mercado. O congresso, organizado em um centro de conferências perto do estádio olímpico ‘Ninho de Pássaro’, abriu com cumprimentos de boas-vindas cerimoniosas de autoridades chinesas.
Sorrell, que falou logo após os oficiais, observou que "levou 10 meses para que as pessoas percebessem que (a fusão) não era do interesse dos clientes, das pessoas empregadas pelas empresas e da indústria”. Apesar do fracasso da Publicis Omnicom, Sorrell previu mais consolidações pela frente.
Fusão de iguais?
A Omnicom e a Publicis anunciaram seus planos em julho de 2013, prevendo que a "fusão de iguais" seria concluída até o final do ano. À medida que os meses passavam e o negócio não andava para frente, clientes ficaram nervosos sobre as incertezas que cercavam o negócio, e os concorrentes, incluindo a WPP e a Dentsu Aegis se beneficiavam pelos novos negócios.
Tim Andree, chairman-executivo da Dentsu Aegis Network, disse ter ficado surpreso quando o negócio da Publicis Omnicom foi originalmente anunciado, e "apesar de ter havido alguns rumores no mercado, nós ficamos relativamente surpresos que ele não desse certo."
Andree, falando nos bastidores do evento de Pequim, disse que o fracasso da fusão mostra que "essas coisas são difíceis, e elas tem que realmente ser conduzidas pelo que é bom para seus clientes e o que é bom para os empregados. E se essas coisas não estão acontecendo, é muito difícil fazê-las darem certo".
(*) Tradução: Amanda Boucault
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