Produção mais próxima da ideia
Com produtores executivos de filmes, agências acreditam manter times mais conectados
Com produtores executivos de filmes, agências acreditam manter times mais conectados
Meio & Mensagem
10 de julho de 2013 - 9h57
As diferenças entre as agências brasileiras e as do exterior vão muito além do modelo de compra de mídia e remuneração adotado no País. O relacionamento com as produtoras também é diferente.
Nos Estados Unidos é comum no organograma das agências o posto de produtor executivo audiovisual. Ele participa da criação de uma campanha desde o começo, ainda no planejamento, é o responsável por contratar serviços de produção e zelar por desde a escolha do diretor até as das empresas que vão criar a trilha e executar a edição final do filme.
Se por um lado o modelo descentralizado internacional, que não deixa sob responsabilidade da produtora todas as tarefas relativas à produção, dá mais trabalho para as agências, por outro possibilita com maior frequência a união de múltiplos talentos escolhidos caso a caso. No Brasil, as produtoras têm estruturas bem maiores e ficam responsáveis por todos os estágios da produção dos filmes.
“Não entendo como os brasileiros conseguem fazer os filmes darem certo sem manter um produtor dentro da agência”, diz Elissa Singstock, produtora executiva da Wieden + Kennedy Amsterdã, que esteve no Brasil na semana passada para a 9a edição da FilmBrazil Experience, promovida pela Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais (Apro) com o apoio da Apex-Brasil.
Elissa, que esteve envolvida em grandes sucessos como as campanhas “Joga bonito”, em 2006, e “Write the future”, para a Copa de 2010, ambas para a Nike, acredita que as produtoras brasileiras ficam sobrecarregadas com tantas etapas para gerenciar, em tão pouco tempo.
Ela explica que o papel do produtor na agência é justamente conectar as ideias desde o princípio do trabalho, ainda na reunião de briefing, o que beneficia a agilidade da ação. “Temos logo de cara uma ideia sobre orçamento, prazos e se o projeto rende ou não uma produção de filme.” Elissa foi jurada este ano da categoria Film Craft do Festival de Cannes e diz estar impressionada com os trabalhos que viu dos diretores brasileiros. “Particularmente, tinha profunda admiração pelo Paulo Gandra (morto em 2012 enquanto dirigia um filme, em Londres, para a W+K), mas sei que há uma ótima safra de diretores nacionais.”
Sam Baerwald, diretor de produção da 72AndSunny, agência com escritórios em Los Angeles e Amsterdã, conta que seu trabalho passa pela função financeira, planejamento, criação, escolha de locações, presença no set de filmagem e cuidados com a pós-produção. “A vantagem é estar perto da ideia, da evolução dessa ideia e colocar esse pensamento nos processos corretos o quanto antes. Isso traz um benefício fantástico para o resultado”, garante.
Baerwald é responsável por uma equipe de 40 pessoas entre profissionais de RTV, editores e especialistas em pós-produção. “Os produtores são parte do time criativo. Todo mundo é criativo, todos são inseridos no processo bem no começo. O cliente chega a nossa empresa com um problema e os produtores, designers, redatores, pessoas de branding e estratégia decidem tudo como um time.”
Segundo ele, no modelo internacional o diretor de cena acaba tendo participação restrita, mas ressalva que qualquer opinião será sempre levada em consideração pela agência. “Sei que em outros países eles escolhem uma empresa para lidar com toda a produção. Até mesmo a trilha sonora, muitas vezes, é escolhida pela produtora do filme”, critica.
A íntegra desta matéria está publicada na edição 1567, de 8 de julho, exclusivamente para assinantes, disponível nas versões impressa e para tablets do Meio & Mensagem.
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