Fifa: dirigentes na mira da Justiça
O afastamento de Jérôme Valcke, secretário-geral da entidade, por suposto envolvimento com corrupção, poderá ser o primeiro de muitos
O afastamento de Jérôme Valcke, secretário-geral da entidade, por suposto envolvimento com corrupção, poderá ser o primeiro de muitos
Meio & Mensagem
18 de setembro de 2015 - 9h31
Supostos envolvimentos em casos de corrupção fizeram com que a Federação Internacional de Futebol (Fifa) decidisse por afastar Jérôme Valcke, seu secretário-geral, nesta quinta-feira, 17.
“Valcke foi colocado em licença e liberado de suas funções efetivas imediatamente até novo aviso”, informou comunicado da entidade. “Além disso, a Fifa informou que tomou conhecimento de uma série de denúncias envolvendo o secretário-geral e solicitou uma investigação formal pelo Comitê de Ética”, acrescentou a nota.
Nesta quinta-feira, jornais de diferentes países publicaram reportagens mostrando denúncias do empresário Benny Alon sobre o dirigente da Fifa, que, de acordo com as matérias, ficava com parte do dinheiro de ingressos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
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Alon é proprietário de uma empresa que tinha contrato para fornecimento de ingressos da Copa com a Fifa. Segundo as reportagens, o empresário afirmou que fez um acordo com Valcke para vender ingressos do Mundial por um valor quatro vezes maior que o original. Conforme o empresário, em troca a empresa e Valcke dividiriam os lucros.
Até a manhã desta sexta-feira, 18, nenhum patrocinador da entidade havia se pronunciado sobre o tema.
Dirigentes na mira
A Justiça dos Estados Unidos e a da Suíça devem indiciar mais dirigentes do futebol mundial envolvidos em corrupção na Fifa, informaram os procuradores-gerais dos dois países, Loretta Lynch e Michael Lauber, na segunda-feira, 14.
"Nossa mensagem é clara: ninguém está acima da lei. Nenhuma organização corrupta está além do alcance e nenhum ato criminal pode ser escondido dos homens e mulheres dedicados a lutar por justiça", disse Lynch.
De acordo com as autoridades, desde que o caso foi divulgado em maio, o número de provas e de documentos só aumentou, e está ficando cada vez maior. Em tom de brincadeira, Lauber afirmou que todo o processo “não chegou ao intervalo ainda”, dada a quantidade de documentos e depoimentos reunidos até o momento.
Ao serem questionados sobre a participação do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol José Maria Marin, que está detido, os procuradores informaram que não falariam sobre casos individuais e nem citariam nomes dos suspeitos envolvidos em crimes.
No dia 27 de maio, sete altos cartolas da Fifa foram presos na Suíça por diversos crimes relacionados à corrupção na venda de direitos de torneios de futebol chancelados pela entidade. Além deles, outras sete pessoas foram indiciadas pelos mesmos crimes e foram sendo presas em suas nações de origem.
A crise no maior órgão do futebol mundial, fez com que o presidente Joseph Blatter anunciasse sua renúncia e a Fifa convocou novas eleições gerais para 26 de fevereiro de 2016.
Com informações da Agência Brasil e da ANSA Latina
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