GM busca lucro de 10 bi
Montadora americana, que acaba de promover dois brasileiros em cargos internacionais, escapa do colapso e agora busca lucro bilionário
Montadora americana, que acaba de promover dois brasileiros em cargos internacionais, escapa do colapso e agora busca lucro bilionário
Janaina Langsdorff
7 de fevereiro de 2012 - 8h30
Dois executivos brasileiros acabam de assumir novas posições na General Motors. Sérgio Rocha assume o posto de diretor da montadora na Coreia, em substituição ao seu antigo cargo de presidente de operações da companhia na Argentina, Uruguai e Paraguai, posição agora ocupada por Isela Costantini, que atuava na área de pós-vendas no Brasil.
Rocha conduzirá uma das cinco operações mais importantes da GM no desenvolvimento de produtos. Já Costantini engrossa a liderança feminina nos rumos da centenária marca, que é presidida atualmente por outra mulher, a americana Grace Lieblein, no cargo desde junho de 2011. Formada em comunicação, marketing e negócios internacionais, Isela Costantini está na GM há 12 anos com foco no trabalho de marketing, vendas e pesquisas de marcado.
Planos ambiciosos
O balanço oficial da GM no ano de 2011 só deve ser divulgado no dia 16 de fevereiro, mas de acordo com informações antecipadas pelo The Wall Street Journal, o lucro líquido da montadora deve atingir a cifra de US$ 8 bilhões, quase o dobro dos US$ 4,7 bilhões obtidos no ano anterior. Expansão da China e elevados lucros na América do Norte explicam o resultado considerado um recorde histórico da companhia, que há três anos chegou a receber ajuda do governo americano para reestruturar suas finanças e evitar o colapso. Conseguiu eliminar cerca de US$ 40 bilhões em obrigações, livrou-se das dívidas e, enfim, saiu do processo de concordada.
Os cortes valeram a pena. Com receita estimada em torno de US$ 150 bilhões em 2010, a GM criou 13 mil novos postos de trabalho nos Estados Unidos e até reabriu sua fábrica em Spring Hill, no Estado do Tennessee (EUA). A empresa vem conseguindo aumentar também seus preços com margens (parte do faturamento que sobra depois de pagar as despesas) saltando dos atuais 6% para 10% nos próximos anos e agora parte ainda para a meta de lucrar mais de US$ 10 bilhões por ano.
O plano é audacioso. Em 2010, apenas 17 empresas americanas de capital aberto anunciaram um lucro líquido de US$ 10 bilhões. Alguns exemplos são a Apple, com lucro de US$ 25,9 bilhões no ano fiscal encerrado em 24 de setembro, e algumas petrolíferas que chegaram a alcançar a cifra de US$ 10 bilhões num único trimestre. Analistas americanos acreditam que a recuperação do mercado americano de automóveis deve ajudar a GM a chegar o mais próximo possível dessa meta. De acordo com a Associação Nacional de Concessionárias dos Estados Unidos as vendas devem atingir 13,9 milhões de unidades em 2012, um acréscimo de 10%, mas ainda inferior ao 17 milhões comercializados antes da crise.
No Brasil
A história da General Motors, dona da marca Chevrolet, começa em 1925 no Brasil. Consagrada no mercado, a operação brasileira vendeu 657.724 veículos em 2010, alta de 10,4% no volume em comparação às 595.525 unidades vendidas em 2009. A expectativa é concluir no final de 2012 um investimento da ordem de R$ 5 bilhões, iniciado em 2008, para renovar toda a linha de veículos Chevrolet, modernizar fábricas e construir uma nova planta industrial de motores em Joinville.
Hoje a Chevrolet possui quase 600 pontos de vendas e serviços de assistência técnica em todo o país. A linha Chevrolet é composta pelos modelos Celta, Classic, Prisma, Corsa hatchback, Corsa sedã, Agile, Astra hatchback, Astra sedã, Vectra sedã, Vectra GT (hatchback), Omega, Malibu, o superesportivo Camaro, os monovolumes Meriva e Zafira, os utilitários esportivos Blazer e Captiva e picapes Montana e S10 Cabine Simples e S10 Cabine Dupla.
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