Lucro do Carrefour cai em 2011
Resultado mundial contrasta com a alta de 9,3% no faturamento da marca no Brasil
Resultado mundial contrasta com a alta de 9,3% no faturamento da marca no Brasil
Janaina Langsdorff
9 de abril de 2012 - 8h30
Foi de um cruzamento, do francês “carrefour”, na cidade de Annecy, na França de 1960, que a segunda maior varejista do mundo nasceu. De esquina em esquina, o logotipo da marca, com duas setas apontadas em sentidos opostos, convida hoje fregueses de 32 países para entrar nas suas 9,5 mil lojas. Mas os resultados acabaram mesmo presos à uma encruzilhada. O faturamento global aumentou só 0,9% em 2011, para € 81,27 bilhões. Descontados os resultados das vendas de gasolina e considerando o mesmo número de lojas existentes no ano anterior, a queda foi de 0,6%. O lucro também recuou 14,3%, para € 371 milhões. O resultado é atribuído à desaceleração do mercado que gera 70% das vendas da empresa atualmente, a Europa, com destaque para a diminuição das vendas de produtos não alimentícios, especialmente de eletroeletrônicos.
Esse foi o último balanço apresentado sob o comando do atual presidente do Carrefour, Lars Olofsson, que em abril será substituído por Georges Plassat, do grupo Vivarte. Durante sua gestão, Olofsson tentou reerguer o formato de hipermercados na Europa com o projeto Planet, anunciado em 2010, mas acabou superado pelo modelo de supermercados de bairro, a principal tendência do setor para os próximos anos.
No Brasil
Mesmo com a fraude contábil de € 550 milhões descoberta em 2010, além de uma reestruturação feita a partir de 2007 que envolveu demissões, fechamento de lojas e mudança de bandeiras, o Brasil se recuperou a acabou ganhando destaque no balanço que acaba de ser apresentado pelo grupo. O País alcançou uma alta de 9,3% no faturamento da marca em 2011, para € 11,1 bilhões, consolidando-se como a segunda maior operação global do grupo, atrás apenas da França, que teve uma redução de 1,2% nas vendas.
A varejista encerrou o ano com 235 unidades por aqui, entre hipermercados, supermercados e lojas de conveniência, ante as 246 lojas existentes em 2010. As próximas apostas são as vendas geradas pela internet e pelo Atacadão, rede que em agosto de 2011 já respondia por 75% do lucro e 50% das vendas do Carrefour no Brasil. A América Latina aparece hoje como a melhor opção, além da Ásia, para a expansão da marca. Com 583 lojas, a região cresceu 10,1% em 2011.
Não dá para esquecer
Em 2011, o Carrefour só não foi comprado pelo Grupo Pão de Açúcar porque o empresário Abilio Diniz não chegou a um acordo com o seu sócio, o também francês Casino, arquirrival inimigo do Carrefour na França. O Walmart também chegou a cogitar uma possível compra, que não avançou.
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