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Reféns da Geração Y

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Ponto de vista

Reféns da Geração Y


6 de setembro de 2011 - 11h51

Muito já foi falado sobre os nascidos após 1980, mais conhecidos como Geração Y. Sabemos que cresceram em um mundo bombardeado pela informação e cercado das mais diversas tecnologias digitais. São jovens com alta capacidade de aprendizado, autoconfiantes e ambiciosos. Querem desafios e não têm medo de questionar a autoridade. Ambiente de trabalho e qualidade de vida falam mais alto do que salário. Esses jovens têm um software bastante aprimorado e todas as condições de desenvolverem histórias brilhantes.
Precisamos lembrar também que receberam um nível exagerado de atenção de seus pais, para que tivessem um alto grau de desenvolvimento. Assim sendo, também não é novidade que a Geração Y pede muita atenção, se incomoda em não ser o centro das atenções e tem dificuldades quando as coisas não saem do seu jeito. Essa geração busca o reconhecimento, o sucesso e a promoção instantânea. E, se isso não acontecer, é só procurar outro trabalho. Mas, afinal, e nós, como estamos influenciando esse cenário? Estamos contribuindo para a formação desses jovens? Estamos mesmo garantindo a formação dos líderes do futuro? Ou viramos reféns dessa situação? Vejo que em muitas organizações as fortalezas da Geração Y estão sendo potencializadas. É cada vez mais comum ver jovens trabalhando com uma série de temas complexos, inovando e criando novas oportunidades de negócio, algo impensável há uma década. Ao mesmo tempo, vemos jovens adultos que antes dos 30 anos já passaram por cinco ou mais empresas e que não necessariamente fecharam os ciclos em cada uma dessas passagens. São jovens “líderes” que saltam de job em job buscando promoção imediata e reconhecimento instantâneo como Miojo. Buscam ambientes que os motivem 100% do tempo, como se a motivação fosse resultado de uma força exterior. Estamos diante de uma juventude reconhecida e promovida em velocidade supersônica, chegando a posições de diretoria sem a quilometragem necessária, sem a maturidade que uma posição de liderança sênior exige. A construção de carreira segue um “atalho” perigoso. Em momentos de bonança, isso não fica tão claro, pois, afinal, há vagas e espaço para todos. Mas em momentos de crise, ou de grande competitividade e escassez de vagas de trabalho, esse universo fica exposto, e aí, como sempre, sobra espaço apenas para os mais preparados, aqueles que têm uma história consistente, com entregas concretas e experiência sólida. É o que aconteceu, após 2008, na Europa e nos Estados Unidos, locais onde hoje pouco se fala da Geração Y e suas vontades.
Estamos, sim, diante de um mundo novo. A formação de uma carreira sólida pode até seguir caminhos mais rápidos e não lineares, ou pouco convencionais. Pode até ter um número maior de empresas envolvidas e formatos de trabalho flexíveis e inovadores. Mas algumas coisas não mudam. Resultados concretos com consistência ao longo do tempo, integridade, automotivação, humildade para aprender e escutar e capacidade de trabalhar em equipe e influenciar continuam sendo as chaves para um crescimento sólido e duradouro. E cabe a nós garantir que a próxima geração de líderes seja ainda mais forte e preparada.

* Gustavo Diament é vice-presidente de marketing da Nextel

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