Para Disney, streaming é prioridade
Empresa pretende manter Disney+ e Hulu separados e pretende licenciar produtores de terceiros
Empresa pretende manter Disney+ e Hulu separados e pretende licenciar produtores de terceiros
7 de fevereiro de 2019 - 17h19
Em conferência para divulgar seus resultados trimestrais, realizada na terça-feira, 5, a conversa mais esperada por jornalistas e stakeholders não era exatamente sobre finanças. Um dos principais assuntos a atrair as atenções era a plataforma de streaming Disney +, prevista para o final deste ano.
Bob Iger, CEO da Disney, afirmou que a companhia tem interesse central nesse tipo de serviço. “DTC (direct-to-consumer) continua sendo nossa prioridade número um”. Segundo ele, os pontos que irão impulsionar o sucesso desse tipo de negócio serão a tecnologia e a programação.
A questão que o CEO levantou sobre a programação é o que ele diz ser o diferencial em relação às demais plataformas de streaming, como Netflix. “Quando apresentado com uma superabundância de escolhas, os consumidores olham para as marcas que eles conhecem, para encontrar o que realmente querem”. Para Iger, a nova plataforma “romperá a desordem competitiva e entrará em contato com os consumidores”.A empresa também anunciou que a ESPN+, plataforma de streaming do canal de esportes, já conta com 2 milhões de assinantes que, de acordo com Iger, dobrou sua base de clientes em cinco meses após o recente acordo da ESPN com o UFC (Ultimate Fighting Championship). Cerca de 600 mil consumidores se inscreveram para o serviço para assistir ao primeiro “Fight Night” do pacote UFC na plataforma, em 19 de janeiro. Segundo Iger, o volume de mais de meio milhão de pessoas se inscreveu em menos de um dia e o sistema permaneceu estável, o que também representou uma vitória em infraestrutura. “Essa mesma tecnologia vai impulsionar a Disney+ quando for lançada ainda este ano”, afirmou o CEO.
De acordo com Iger, é esperado que as outras plataformas da Disney direcionem o tráfego de usuários ao Disney+, como é feito com a ESPN+. “Se você considerar tudo isso, o fato de termos uma plataforma de tecnologia que está funcionando, uma interface de usuário que está funcionando e pode lidar com inscrições em massa e o uso de plataformas atuais, acho que tudo contribui para imagem muito, muito positiva antes do lançamento do serviço Disney+”, disse.
Multiplataforma
Após completa a aquisição da Fox, a participação da Disney no Hulu, que agora é de 30%, passará a 60%. Conforme a negociação vai se aproximando do fim, a companhia planeja aumentar rapidamente o conteúdo de seus vários estúdios para suportar os múltiplos serviços de streaming da empresa. O plano da companhia não é unir as três plataformas (Disney+, ESPN+ e Hulu), mas oferecer uma forma de adquirir as três por meio de uma só conta, com algum desconto.
A Disney também demonstrou entusiasmo com o lançamento de Capitã Marvel, em 8 de março. Segundo a empresa, após a janela nos cinemas, o filme será retido dos acordos de produção do estúdio e reservado exclusivamente para o serviço de streaming da companhia.
Segundo Iger, os filmes continuarão sendo exibidos primeiramente nos cinemas por 90 dias e depois serão direcionados à plataforma de vídeos. “Pode haver uma oportunidade no futuro para ajustar a janela em termos de quando levamos o produto do vídeo doméstico para a chamada janela de pagamento, mas inicialmente estamos nos aproximando disso por meio de linhas relativamente tradicionais do ponto de vista do calendário”, declarou Iger.
Conteúdo terceirizado
Outra novidade é que a Disney+ também terá conteúdo de terceiros. A companhia já encomendou dez episódios de Diário de Uma Presidente, da CBS TV Studios, e pretende licenciar mais títulos. “Como precisamos lançar o serviço com algum volume, e leva tempo para crescer, estamos aproveitando a oportunidade para comprar certos produtos de fora, e continuaremos a fazer isso”, disse o CEO.
Quanto ao relatório financeiro, a Disney começa 2019 com receita de US$ 15,3 bilhões, superando as estimativas dos analistas de US$ 15,18 bilhões. Apesar do lucro ter caído 3% em relação ao ano anterior, também superou as expectativas de US$ 1,55 de margem por ação, com lucro de US$ 1,84 por ação.
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