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Facebook vai banir postagens nacionalistas e supremacistas

Ao realizar buscas sobre o tema, usuário receberá contato de grupo de apoio anti-extremista


28 de março de 2019 - 12h05

 

Grupo marcha contra o racismo e a islamofobia em Auckland, Nova Zelândia (crédito: Fiona Goodall/Getty Images)

Por Orla McCaffrey, do AdAge 

O Facebook anunciou que não vai mais permitir expressões de nacionalismo e separatismo em sua plataforma e no Instagram. O posicionamento é um movimento importante para a companhia que recebeu críticas sobre a maneira como controla o discurso de ódio entre seus mais de dois bilhões de usuários.

A nova política da plataforma é definida menos de duas semanas depois que autodeclarados supremacistas brancos mataram 50 pessoas em uma mesquita na Nova Zelândia e transmitiram o massacre durante uma live no Facebook.

“Nosso desafio é seguir em frente aprimorando nossas tecnologias, evoluindo nossas políticas e trabalhando com experts que possam corroborar com nossos esforços”

“Neste momento, enquanto as pessoas forem capazes de demonstrar orgulho de sua herança étnica, nós não vamos tolerar apoio ou exaltação ao nacionalismo e separatismo branco”, disse a companhia em uma postagem nessa quarta-feira, 27. Usuários que procurarem por termos relacionados ao tema receberão um link para o Life After Hate, grupo fundado por antigos extremistas que ajudam pessoas a deixar os movimentos de ódio. A política entrará em vigor na próxima semana.

A decisão foi tomada pelo fórum de normas de conteúdo que o Facebook realizou na terça-feira, 26. Segundo a Motherboard, mais de 30 funcionários trabalharam na elaboração dos novos termos.

Em setembro, depois de uma investigação realizada pela Motherboard revelar que a plataforma baniu conteúdos relacionados a supremacia mas permitiu expressões de nacionalismo, o Facebook indicou que ia considerar alterações em seu posicionamento sobre a questão.

Na nova postagem, a gigante de mídia justificou sua demora em mudar as políticas. “Nós estávamos pensando sobre conceitos mais amplos de nacionalismo e separatismo — coisas como o orgulho americano e separatismos basco, que são importantes para a identidade de parte da população. ”

Mas a visão da companhia mudou nos últimos meses, depois de dialogar com especialistas em relações raciais. As conversas convenceram o Facebook de que nacionalismo e separatismo não diferem significativamente de supremacia branca.

A empresa afirmou também que está trabalhando para se tornar mais eficiente em remover o ódio de sua plataforma, mencionando o uso de machine learning e inteligência artificial nesse processo. “Nosso desafio é seguir em frente aprimorando nossas tecnologias, evoluindo nossas políticas e trabalhando com experts que possam corroborar com nossos esforços”, disse o Facebook na postagem.

* Tradução: Taís Farias

*Crédito da foto no topo: Muhla1/iStock

 

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