Mídia dos EUA diz para Facebook rever filtros sobre conteúdo político
Veículos reclamam de serem obrigados a seguir as políticas destinadas à anúncios políticos ou eleitorais, mesmo em reportagens agnósticas
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Por Garett Sloane, do Advertising Age
Organizações de mídia querem que o Facebook pare de tratar os veículos como se fossem anunciantes de questões relacionadas à temas políticos. Sua justificativa é de que isso pode impactar negativamente a visão do público sobre o jornalismo.
Na segunda-feira, grupos em defesa da mídia enviaram uma carta para Mark Zuckerberg, fundador e CEO da plataforma, requerendo que o Facebook isente a maioria dos jornais, portais de notícias e revistas da nova política de anúncios. A carta foi assinada pela Sociedade Americana de Editores de Notícias, a associação Digital Content Next, a Associação de Revistas, a News Media Alliance e outras organizações que representam jornalistas e empresas de mídia.“Em nosso ponto de vista é da maior importância que o ambiente de trabalho, que está em pleno desenvolvimento pelo Facebook, reconheça e valorize jornalismo de alta qualidade distante e separadamente de conteúdos políticos ou defesas similares encontrados na plataforma”, diz a carta.
As organizações estão se referindo às regras recém-implementadas pelo Facebook relativas à rotulagem e divulgação de propaganda política, uma resposta a fraudes publicitárias durante eleições importantes, como a dos Estados Unidos, em 2016, e a votação do Brexit, em 2015.
Depois da campanha de 2016, o Facebook colaborou com o serviço de inteligência dos Estados Unidos na revelação de que grupos russos pagaram para promover informações falsas na rede social em um esforço para mudar a opinião do público em tópicos como raça, religião e política.
Além do Facebook, o Twitter e o Google prometeram implementar novos requisitos de transparência para anúncios de candidatos e grupos partidários. Em maio, o Facebook começou a pedir que anunciantes políticos provem suas identidade e local disse que manterá um registro de todos os anúncios políticos que se estenderem por sete anos.
As regras foram criadas para mostrar aos usuários exatamente quem pagou por um anúncio político. O público também ganha acesso à detalhes das campanhas, como para quem é direcionada e quantas pessoas a viram.No entanto, as empresas de mídia foram compreendidas nas mesmas regras de transparência. Se um jornal promover uma matéria que discute questões públicas ou políticas, ele deve revelar os mesmos detalhes que os anúncios políticos. Assim, sua publicação também é arquivada junto a propaganda política.
Publishers alegam que estão sendo colocadas junto a anúncios políticos no registro do Facebook e isso pode prejudicar sua credibilidade ao ofuscar os limites entre jornalismo e propaganda. “Eles estão classificando notícias e o trabalho legítimo de redações em um registro junto a anúncios partidários”, diz Jason Kint, CEO da Digital Content Next. “Isso vai distorcer a distinção necessária entre os dois”.
“Não toleramos mentiras no Facebook”
A rede de canais Showtime teve que se registrar como um anunciante político depois de promover uma publicação sobre uma série do The New York Times chamada “O Quarto Estado”.
O Facebook alega que não vai isentar as organizações, mas pode separar os anúncios dos veículos dos políticos. “Nós reconhecemos que noticiar esses tópicos é diferente de fazer uma propaganda sobre eles”, diz Campbell Brown, diretor global de parcerias com veículos do Facebook, em um pronunciamento via e-mail. “Nós estamos trabalhando para tratar conteúdo jornalístico anunciado diferentemente no arquivo, que é uma preocupação fundamental de nossos parceiros”.**Crédito da imagem no topo: Ilustração: Diego Bianchi / Imagens: Cnythzl – FL – Photography – MixMagic – Ollo – Peskymonkey – Tanaonte – Tero Versalainen – Trinetuzun – Zapp2Photo – Jordidelgado – Olegalbinsky – Serts – Ikars/iSock e Oliver Douliery – Adam Berry – Mark Renders/Getty Images
Tradução: Thaís Monteiro
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