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A política ainda não descobriu a internet do Bem
O Gabinete do Ódio é a versão tupiniquim de uma tendência global: usar politicamente a internet para forjar mentiras e fomentar o insidioso, o lado negro da força.
A política ainda não descobriu a internet do Bem
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2 de dezembro de 2020 - 8h00
Nas eleições de todo o mundo, e mesmo fora dos períodos eleitorais, é a mesma coisa. As estruturas de marketing político e de estratégias de ocupação digital dos ambientes conectados em rede tem vocação natural e primeira para a detração e o avilte. Parece que o Mal, na lógica da política 2.0, vence de longe o Bem.
Bilhões de dólares foram investidos nas campanhas políticas para a Presidência dos EUA. Aí falo da comunicação oficial mesmo, aquela que enaltece as platitudes programáticas abertas dos candidatos. A menor parte disso foi investida no ambiente digital.
Políticos não descobriram a internet para fomentar suas comunidades e potencializar votos. Quer dizer, o pessoal do lixão moral já descobriu. Mas a instituição política em si, os partidos e os candidatos, as instâncias formais e aparentes da prática político-partidária das democracias ocidentais, ainda não sabe direito o que é internet. Nem como ela funciona.
Os que usam, despejam verbas de marketing no ambiente digital entendido como mídia 1.0. É de uma falta de conhecimento sobre algo tão básico que assusta.
Para construir uma sólida base de militantes e simpatizantes em torno de qualquer causa política é preciso que o relacionamento seja constante e recorrente. É preciso criar comunidades. O time do Barak Obama mostrou isso em sua primeira eleição, criando, ainda em uma época pré-auge das redes sociais, comunidades de bairro de forma pulverizada em todo o País. Mega funcionou. Com muito menos grana que seus ricos adversários.
Pois agora no ambiente supremo das redes sociais o princípio deveria ser exatamente o mesmo. Relacionamento constante e não apenas pontual, na época pré-eleição.
É caro manter uma máquina assim funcionando o tempo todo. Não necessariamente. A ativação de redes sociais de forma permanente está longe de ser mais cara do que investir em mídia tradicional e pode, sim, ser mantida com recursos mínimos e o engajamento de simpatizantes que conseguem, sem dúvida, manter a recorrência do discurso ativo ao longo do ano. E aí, quando a eleição se aproximar, não é necessário começar a criar uma comunidade do zero, em dias. Ela já estará lá, pronta e fiel, há anos.
Rússia e China já sabem disso faz tempo e mantém redes ativas em todo o mundo, detratando seus opositores, fomentando ódio contra adversários políticos de seus interesses globais de poder.
Mas ali tem muita grana de Estado envolvida. OK.
O ponto aqui não é a grana. É a lógica digital contemporânea.
Que partidos e políticos em geral, hoje, mesmo que tivessem grana, não teriam a menor ideia de como usar.
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