8 de janeiro de 2021 - 8h00
A gigante global criada por Walt, de um parque de diversões transformou-se num dos mais poderosos conglomerados internacionais de entretenimento on e off. Mas irá bem mais longe.
Há quem especule que este ano a Disney compra a Globo. Eu mesmo levantei já essa hipótese aqui. Mas é pura especulação (provável, mas pura especulação, ainda).
Seja como for, eu estar aqui fazendo essa conjectura indica já onde um dos mais poderosos conglomerados de conteúdo, mídia, franchise e entretenimento do mundo pode vir a querer chegar.
Você tem ideia do tamanho da Walt Disney Company, a holding da coisa toda, tudo que ela faz e tudo que ela possui hoje? Pois eu também não fazia até dar uma olhada neste infográfico aí abaixo.
Não se preocupe em contar, são centenas e centenas de companhias espalhadas pelos setores de filmes, televisão, rádio, gaming, mídia, digital, parques, cinemas, publishing, produtos de consumo os mais diversos, rede de distribuição via satélite, além de braços de real state e finanças.
Para ver o mapa em tamanho maior e se divertir clique aqui.
A grande joia da coroa no momento é o mais recente blockbuster do grupo, o Disney+, que em 2022 deverá ser do tamanho de Netflix, devendo ultrapassar os US$ 4 bilhões de receitas nesse ano.
Isso a transformará no principal player de OTT do mundo, a deter também uma série de outras plataformas conexas de conteúdo e entretenimento atrelados a esse braço do negócio, otimizando sobremaneira em relação aos seus concorrentes mais diretos, além da própria Netflix, Amazon e Apple.
Neste outro gráfico abaixo vemos Disney+ em quarto lugar no número de assinantes, abaixo de Netlfix, Amazon e Hulu, mas suas receitas serão maiores que a dos concorrentes ainda assim e não nos esqueçamos do detalhe que Hulu e ESPN+ são de propriedade do grupo mãe Disney. Se somarmos as audiências de todas as suas propriedades, portanto, estamos falando de um total de assinantes de 264,8 milhões projetados para 2024.
Nenhum outro novo serviço de streaming nos Estados Unidos teve uma estreia como o Disney +. O instituto eMarketer projeta que ele alcançará 72,4 milhões de telespectadores mensais nos Estados Unidos em 2020, seu primeiro ano completo de serviço. Prevê ainda que em 2024, mais de um terço da população do País está plugado no Disney+.
Com a aquisição da Fox pela Disney, novos serviços serão agregados e consolidados em vários países, Brasil incluso, sob a nova bandeira Star, espraiando o footprint geográfico global da companhia para locais em que seus concorrentes ainda não chegaram.
Curioso observar que a maior parte da receita desse ambiente OTT vem de assinatura e não de publicidade. A maior parte do tempo gasto em streaming acontece sem publicidade e se somarmos todos os maiores players dessa plataforma, como mostram estudo de Nielsen e Comscore, perceberemos que eles respondem por cerca de metade de todo o tempo gasto com streaming.
O outro campo em que o grupo joga como poucos é o das produções proprietárias, de resto sua grande área de atuação desde sempre, envolvendo aí seus estúdios de cinema e suas franquias inigualáveis, como todas as sob a bandeira Marvel.
As ações da companhia têm uma performance de crescimento impressionante ao longo dos anos e, após a pandemia, com a recuperação do movimento em seus parques, tudo deverá voltar a expansão de sempre.
Quando olhamos um conglomerado desse porte e com tal diversificação, totalmente engajado no ambiente digital e no mundo das grandes transformações da distribuição do entretenimento, tendo evoluído de uma operação totalmente off-line como fez, nos faz acreditar que a Disney deverá vir a ser um dos grandes players-plataforma concorrendo de frente com outros gigantes como Amazon, Google, Apple e Facebook no futuro a frente.
Esse ratinho ruge.