ProXXIma
19 de maio de 2020 - 7h46
Por João Carvalho (*)
Normalmente a que gera maior desconforto nas respostas está sempre atrelada a qualquer frustração, como um desligamento de emprego ou então o insucesso em uma empreitada como empreendedor.
Bom, dado ao momento em que estamos vivendo, temos o álibi perfeito, e explicar o motivo de algo não ter dado certo será um comportamento quase rotineiro no futuro próximo. A desculpa inclusive será padrão, e os impactos da crise ou das mudanças de mercado pelo Covid, mesmo nos casos em que na verdade não seja, passa a ser a tangente para qualquer situação desconfortável nesse sentido.
Por outro lado, a pergunta mais desafiadora poderá estar atrelada justamente à desculpa para o problema acima.
Algo na linha do “Qual foi a sua principal mudança profissional ao tentar se adaptar ao desafio Covid?”. E qualquer frase que envolva Slack, Zoom, Trello ou algo do tipo como resposta eu diria que está na contramão da expectativa.
Estamos num momento que exige dos colaboradores uma visão completa das empresas; pontos fortes e fracos, desafios e oportunidades, recursos disponíveis e limitações. Não adianta uma boa ideia que não considere os ajustes e mudanças em outros departamentos da empresa, ou as mudanças do mercado. É hora também de agilidade, mas nunca sem um plano, pois todos estão com pouca margem para erro. Sim, desenvolver um plano de ação mas também garantir sua rápida implementação, bem como check points de curto prazo para reavaliar e se for preciso replanejar, e para isso funcionar, principalmente a distância, processos e gestão de pessoas como ponto chave.
Em resumo, esse período que estamos vivendo será equivalente à um verdadeiro capítulo na história profissional de cada um.
Diversas empresas estão se posicionando nessa jornada, bem como executivos por detrás destes movimentos. Mas e no geral?
Não é todo mundo que poderá colocar no currículo que produziu álcool gel, fabricou ventiladores pulmonares ou construiu hospitais, mas não quer dizer que não possam ter feito grandes projetos na proporção de suas empresas, sejam para sociedade, ou mesmo para minimamente manter seus empregos, suas empresas ou quem sabe até buscar novas oportunidades em meio à crise.
Estamos num período em que a expectativa é que todos tentem fazer algo melhor, algo diferente ou algo mais eficiente.
Será mais reconhecido quem errou tentando, do que quem acertou se escondendo.
Já parou para pensar em como você irá contar esse capítulo da sua história profissional?
(*) João Carvalho é sócio fundador e CEO da Hands Data Driven Mobile Experience