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O que Gabriel Medina pode ensinar às startups. Por Indio Brasileiro

Jovens empreendedores podem aprender algumas lições com o agora campeão mundial de surfe


9 de janeiro de 2015 - 12h40

POR INDIO BRASILEIRO, fundador e CEO do Grupo IB

 

A galeria de ídolos do esporte nacional contém nomes espetaculares, como Pelé, Ayrton Senna, Oscar Schmidt, João do Pulo, Gustavo Borges, Hortência, Ronaldo etc etc. Esse seleto grupo conta, desde o mês passado, com mais um nome: o surfista Gabriel Medina. A consagração do paulista de 21 anos surge envolta em significados – e incentivos – para aqueles que desejam empreender.

Antes de analisarmos em detalhes o que o exemplo de Medina representa especialmente para os jovens empresários, vale observar que o simbolismo de sua vitória começa pelo fato de ele ser o primeiro brasileiro a se tornar campeão mundial de surfe. Embora sejamos um país tropical, com o mar como parte importante de nossa cultura, ainda não tínhamos alcançado o topo dessa modalidade esportiva.

Criado nas praias do litoral norte de São Paulo, Medina começou bem cedo sua jornada de herói – antes dos dez anos. Sim, a saga começou antes dos dez anos de idade. Hoje, aos 20, no auge da juventude, nosso campeão pode ser considerado experiente em seu ofício. E a coroação agora só veio depois de muita luta, dedicação, ousadia, perseverança e trabalho duro.

Este é o ponto que gostaria de destacar para os empreendedores: Medina é um exemplo de profissionalismo e dedicação. Sua relação com o surfe começou como brincadeira, claro, mas ele descobriu ainda adolescente que aquilo seria a sua vida e que, para brilhar nesse esporte, seria preciso suar muito.

Com a evolução do surfe como esporte profissional, a preparação física e psicológica se tornou primordial. Os surfistas de primeiro nível cumprem diariamente uma rotina árdua de treinos. Conforme diferentes reportagens mostram, Medina acorda cedo, muitas vezes antes do sol nascer, e vai para a academia, onde faz um treino funcional e se aquece. Uma hora depois ele começa a pegar ondas. Em um dia normal, pode surfar duas ou três vezes.

Na parte técnica, a participação do padrasto, Charles, é fundamental. Como seu treinador, ele costuma filmar quase todos os treinos para depois assistir às imagens com Gabriel. Então analisa cada detalhe das manobras e tenta corrigir os erros.

O profissionalismo está também na forma como Medina conduz sua carreira. Ele se tornou nacionalmente conhecido agora, com o título mundial, mas ele já é destaque no cenário do surfe há algum tempo, o que atraiu o apoio de diversas marcas. Entre suas patrocinadoras estão Rip Curl, Samsung, Oi, Guaraná Antártica e Mitsubishi Motors.
Além da intensa preparação e profissionalismo, há outro ingrediente na trajetória de Medina que é valioso para os empreendedores: a diversão. Com sorriso fácil, sempre aberto, ele traz na cara a alegria de quem faz o que gosta. “Ah, mas ser feliz na praia o dia inteiro, pegando onda, é fácil”, alguns poderiam dizer. Não é bem assim: o que para muitos é só lazer, para ele é trabalho. Exige esforço, como já vimos.

“Sempre foi isso aí que você vê, com um sorrisão. Agora ele está mais sério, com mais responsabilidade. Igual eu falei para ele: ‘Nunca esqueça a parte criança que existe em você, que existe em mim. Pés no chão, respeitando seu adversário’”, disse seu pai em uma entrevista.

Pois está aí também outro aspecto interessante relacionado às novas empresas digitais. A trajetória de Medina, aliada ao fato de ele próprio ser jovem e ter a descontração típica de muitos jovens empresários, carrega o DNA das startups do século XXI: juventude, ousadia, vigor e disposição.

Com a alegria e a leveza própria de quem é gente boa, Medina juntou dedicação e trabalho desde cedo na busca por realizar seu sonho de brilhar naquilo que escolheu ser. Sua vitória é uma lufada de energia para o Brasil, capaz de inspirar e transformar aqueles que mirarem em seu exemplo.

Assim como Medina, o que caracteriza as startups é a garra e a descontração de seus fundadores, que muitas vezes têm a mesma idade do surfista. Isso sem falar no fato de esses jovens empresários costumam começar cedo seu primeiro empreendimento.
Como se vê, a geração startup tem agora um ídolo que é a sua cara e com quem pode se inspirar e aprender muito sobre o árduo caminho que leva do sonho ao sucesso.

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