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Hugh Hefner, criador da Playboy, morre aos 91 anos

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Hugh Hefner, criador da Playboy, morre aos 91 anos

Publisher fundou marca que, apesar de polêmicas, mudou cultura ocidental com ensaios de nus nos anos 1950


28 de setembro de 2017 - 9h26

Do Ad Age, com Bloomberg

Hugh Hefner, o fundador da revista Playboy, morreu aos 91 anos. O publisher estava em casa, a Mansão Playboy, em Los Angeles, quando faleceu de causas naturais, cercado por familiares e amigos, nesta quinta-feira, 28, a noite.

 

Hugh Hefner, fundador da Playboy (Crédito: Divulgação)

Filho de pais extremamente religiosos, Hefner abalou a cultura americana nos anos 1950 e 1960 com ensaios fotográficos de mulheres seminuas e artigos polêmicos envolvendo relacionamento e gênero. A celebração do corpo feminino promovida pela Playboy e a redefinição de passa-tempos masculinos transformaram sexo em uma conversa da hora de jantar, quando antes era assunto proibido.

Lançada em 1953, a publicação mensal com a marca do coelho foi uma das mais populares dos Estados Unidos por quatro décadas, chegando a ter edições com circulação de sete milhões de exemplares. Hefner costumava dizer que a Playboy teve efeito profundo sobre a sociedade americana ao levantar a bandeira em defesa de temas como liberdade de expressão, igualdade étnica e direitos das mulheres.

Apesar disso, Hefner despertou a fúria de feministas, moralistas e grupos de defesa da família. Mas negava as acusações de que explorava playmates como Pamela Anderson e Anna Nicole Smith, que acabaram por conquistar carreiras próprias.

Hefner foi à bolsa de valores com a Playboy em 1971, mesmo ano em que adquiriu a famosa mansão de 26 quartos, que inclui ainda um mini-zoológico, cascatas e uma gruta — um pequeno parque aquático dentro de uma caverna artificial repleta de piscinas e jacuzis, onde seus visitantes podiam realizar fantasias sexuais. Em 1999, Hefner detinha 70% das ações da Playboy, que valiam US$ 399 milhões, quando mudou a empresa para focar em licenciamento e entretenimento, de forma que atenuasse o declínio de venda de revistas.

Em 2010, ele se manifestou pela compra do restante das ações como forma de proteger a marca. Um grupo de investidores liderado pelo publisher finalizaram a operação no ano seguinte. No ano passado, Hefner vendeu a Mansão Playboy por US$ 100 milhões. Também em 2016 a Playboy americana chegou a anunciar que pararia de publicar ensaios de nudez, num movimento para tentar atrair mais publicidade, uma experiência que durou somente um ano.

No Brasil, a editora Abril deteve a licença da Playboy por 40 anos. Após diversas reformulações, o grupo interrompeu sua publicação em 2015. No mesmo ano, foi criada a editora Playboy Brasil (PBB), por um grupo de empresários entusiastas da marca, que retomaram as edições brasileiras.

O publisher foi casado três vezes. Na segunda, com uma playmate, Kimberley Conrad, com quem teve dois filhos, Cooper e Marston. Em 2012, casou com Crystal Harris, outra modelo que saíra em sua revista, que tinha então 26 anos. Estar comprometido, porém, nunca impediu que o executivo estivesse sempre cercado de namoradas, geralmente playmates, morando em sua mansão. Christine Hefner, sua filha do primeiro casamento, foi CEO da Playboy Enterprises por duas décadas antes de renunciar ao cargo em 2008. Ela é irmã de David, outro filho de Hefner com a primeira esposa.

 

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