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Estudo revela perfil das multis brasileiras

Pesquisa conjunta da USP e FGV mostra que empresas nacionais se lançam ao mercado externo em busca de acesso a tecnologias e conhecimento


6 de novembro de 2015 - 10h46

Foi apresentada nesta quinta-feira, 5, a terceira edição da pesquisa Gestão Estratégica das Multinacionais Brasileiras, feita por USP/FGV em parceria com a revista PIB (as anteriores foram realizadas em 2006 e 2010). O estudo buscou identificar: as estratégias de internacionalização adotadas e seus motivadores; como as empresas estão gerenciando as competências organizacionais visando a internacionalização; estilo de gestão adotado e impacto sobre o processo de internacionalização; e como a empresa se posiciona e capacita em inovação e gestão sócio-ambiental.

As principais motivações apontadas pelas empresas para internacionalizar operações são “acesso a tecnologias e conhecimentos” e “acesso a recursos visando otimização de eficiência”. O resultado, segundo os pesquisadores, demonstra no primeiro caso o reconhecimento pelas multinacionais brasileiras da defasagem em relação às tecnologias mais avançadas e aos mercados mais dinâmicos e, por isso, elas buscam fora esses recursos intangíveis. No segundo, envolve a busca de recursos naturais para garantir o suprimento e a expansão, mão-de-obra mais barata e busca de recursos financeiros mais favoráveis. O número de multinacionais que lidam diretamente com mercados finais é baixo, elas são em sua maioria fornecedoras de insumos para diferentes indústrias.

Entre as competências organizacionais mais importantes citadas estão as de Planejamento e CRM, praticamente estáveis entre a pesquisa de 2010 e a deste ano (72% em 2010 e 78% este ano). Quanto a “estilos gerenciais” as dimensões mais valorizadas por essas empresas são ênfase em resultados e ênfase em processos. Cerca de 40% das multinacionais brasileiras têm esforços em inovação em custo e frugal (inovação com base no processo de redução de custos e recursos não essenciais de um bem durável), adequadas ao perfil de empresas de países emergentes.

Sobre as estratégias de internacionalização adotadas, a maioria (33%) se classificou como Consolidador Global (em que a vantagem competitiva deriva da eficiência do processo de produção de produtos customizados em operações globais) e outros 30% se incluíram no grupo Parceiro Global (cuja vantagem competitiva está na prestação de serviços especializados para clientes internacionais). Os primeiros prezam a Engenharia de Processo para garantir qualidade e produtividade e em geral preenchem espaços deixados por empresas que eram produtoras de determinados insumos e mudaram seus portfolios de produtos. No caso dos parceiros globais, também produzem insumos, mas de forma mais customizada. Expandem internacionalmente, em geral para seguir clientes que demandam fornecedor local nas diferentes regiões onde atuam.

Em questões relativas à sustentabilidade, chama atenção o fato de 82% das multinacionais brasileiras afirmarem se esforçar para que seus impactos socioambientais sejam minimizados, mas apenas 55% divulgarem relatórios socioambientais com frequência, 42% realizarem atividades de treinamento social/ambiental com fornecedores e/ou clientes e somente 32% trabalharem com fornecedores que possuam selos de certificação. Estes dois últimos fatores mostram que a despeito da preocupação geral com o tema esse cuidado não atinge todos os elos da cadeia produtiva.

As conclusões do estudo destacam o aumento do número de empresas nos três setores econômicos, em especial de serviços se lançando ao mercado externo. Essa decisão, na maioria dos casos, é individual, dependendo menos de incentivos do governo, ao contrário de outros países emergentes. As empresas visam mais consolidar posições nas cadeias globais de valor do que avançar nessas cadeias (permanecem fortes nas indústrias nas quais já eram fortes). Por fim, o estudo ressalta que a busca por tecnologia e conhecimento associada a competências como planejamento e CRM revelam nova postura de gestão, orientada para a aprendizagem e prazos mais longos, contrastando com um estereótipo imediatista e centralizador que perdurou por muito tempo em relação a elas.

O universo analisado foi de 210 multinacionais brasileiras (57% do setor secundário, 38% do terciário e 5% do setor primário). Houve respostas completas de 62 delas ao estudo, ou 24%. Os respondentes eram membros das diretorias dessas companhias.

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