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Os 10 fatos do ano no mercado de mídia

Da disputa pelos direitos do brasileirão à aprovação da lei que abre caminho para as teles na TV por assinatura, relembre os grandes acontecimento de 2011


23 de dezembro de 2011 - 8h31

O ano de 2011 ficará marcado por vários fatos como, por exemplo, a morte do gênio da Apple Steve Jobs, a onda de mobilizações populares que varreu a África e o Oriente Médio derrubando ditadores e o casamento real na Inglaterra. Para o mercado de mídia brasileiro o ano também foi marcante por uma série de eventos, como a acirrada disputa pelos direitos de transmissão do brasileirão e a aprovação da Lei 12.845 que abre a TV paga para as teles e da lei que permite a volta do mobiliário urbano na cidade de São Paulo. Confira a seguir a lista dos 10 fatos destacados por Meio & Mensagem na área de mídia neste ano.

1 Reestruturação no dial
Para competir com as grandes rádios de notícias em iguais condições, em 2011 o Grupo Estado investiu em algumas mudanças no dial brasileiro: aproveitando a parceria que tinha com a ESPN desde 2002, lançou no começo do ano a Rádio Estadão ESPN. Com a proposta de realizar uma cobertura jornalística e esportiva 24 horas por dia, a emissora apareceu com alguns diferenciais, como dar espaço para esportes além do futebol ­— tendo transmitido eventos como as partidas finais da liga de basquete norte-americana, a NBA. A emissora entrou no dial ocupando as frequências da antiga rádio Eldorado (FM 92,9 e AM 700), também pertencente ao Grupo Estado. A Eldorado, por sua vez, passou para a frequência 107,3 FM, anteriormente ocupada pela emissora Brasil 3000. O resultado foi o surgimento da Eldorado Brasil 3000, parceria do Grupo Estado com a Fundação Brasil 2000. A nova rádio manteve os programas e as atrações da Eldorado, seguindo a linha e o estilo da antiga emissora do Grupo Estado.

2 Confusão no meio de campo
Três times em campo (Globo, Record e RedeTV). Dois abandonam a partida antes de seu início. O resistente (RedeTV) ganha o título sozinho, mas não leva a taça porque um dos que haviam desistido anteriormente (Globo) convence a torcida de que era ele que merecia o troféu. O juiz (Clube dos 13) reconhece que a disputa saiu do controle e larga o apito. Dessa forma pode ser resumida a confusão que foi a disputa pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro dos próximos anos. Ao tentar promover um leilão entre as emissoras interessadas, o Clube dos 13 presidido por Fábio Koff (foto) viu seu poder desmoronar diante da articulação feita pela Globo com cada um dos clubes da Série A. A Record também desistiu de participar do leilão e chegou a fazer tentativas (infrutíferas) de negociação com os times. E a RedeTV, que venceu oficialmente o leilão, ficou só com o papel assinado na mão. Nos próximos anos, o Brasileirão continua firme na tela da Globo, que transformou o pacote Futebol no produto mais valioso de sua grade em 2012, com cada uma das suas seis cotas de patrocínio vendida por R$ 174 milhões.

3 iPad conquista a mídia nacional
Do jornal exclusivo para iPad, o Brasil 247, aos títulos tradicionais do meio impresso — Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, O Globo — e às revistas de alta tiragem — Veja, IstoÉ, Época, Casa Cláudia, Exame, Caras. 2011 foi o ano da “tabletização” da mídia. O iPad foi lançado pela Apple em janeiro do ano passado e, dois anos depois, além de ter o mérito de redefinir o segmento de tablets (inventados desde o início dos anos 2000), conseguiu o feito de atrair nomes da mídia global ao dispositivo. Assim nasceu, por exemplo, o jornal The Daily (da News Corp.). Da mesma forma, grandes editoras norte-americanas (Condé Nast, Hearst, Meredith e Time) estão em pleno processo de investimento de suas dezenas de títulos para o tablet da Apple. No Brasil, os principais nomes da mídia impressa (jornais e revistas) já estão na segunda versão (o iPad 2 foi lançado com novos recursos em março deste ano). A despeito da adesão em massa, falta definir um modelo de negócios para viabilizar o veículo no iPad. A Apple cobra uma taxa de 30% sobre a venda de conteúdos das editoras e a publicidade ainda é rara no dispositivo.
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4 Editoras investem em marcas de prestígio
Harper’s Bazaar e GQ são, para o universo feminino e masculino, respectivamente, espécies de bíblias de moda, estilo e comportamento. Este ano chegaram ambas ao Brasil. A Harper’s, por meio de licenciamento entre a Carta Editorial e a Hearst Corporation, e a GQ, pelas mãos da joint venture formada pela Editora Globo e Condé Nast (que formam as Edições Globo Condé Nast – GCN). Portanto, significa também a entrada de duas grandes editoras norte-americanas no mercado brasileiro. Os acordos entre os publishers brasileiros e as empresas dos EUA devem trazer mais selos de prestígio da mídia impressa norte-americana. A publisher Patrícia Carta, quando do lançamento da Harper’s Bazaar, afirmou que poderá publicar, futuramente, a House Beautiful, da Hearst. E a GCN deve trazer títulos como Wired, Glamour, Traveler e Vanity Fair a partir do ano que vem. Os lançamentos deste ano e as perspectivas para 2012 mostram que o segmento de revistas de luxo ainda têm espaço para se expandir no Brasil.

5 Buscadores passam a compor receita publicitária
Com a adesão do Google, Yahoo, Bing (Microsoft), Buscapé e Ask.com, os buscadores, afiliados ao Internet Advertising Bureau (IAB), passaram a integrar a pesquisa do faturamento publicitário digital este ano no Brasil. Esses cinco mecanismos de busca são responsáveis por 50% do mercado publicitário digital e, simultaneamente, representam 95% do segmento de buscas. Com essa decisão, o share digital passaria a ser de 10% da receita total, o que eleva, automaticamente, o meio online a terceiro entre os demais meios, atrás apenas dos jornais e da TV aberta. Para 2011, o IAB estima que a receita publicitária digital chegue a R$ 3,04 bilhões (50% gerados por displays e 50% por buscadores). Mas, para chegar a esta projeção, o IAB usa o faturamento total publicitário estimado para este ano pelo Projeto Inter-Meios somado à receita dos buscadores. O Projeto Inter-Meios leva em conta apenas o display como gerador de receita da internet, ou seja, sem a receita dos buscadores, que se recusam a participar do projeto.

6 Fabio Barbosa ingressa no mercado editorial na Abril S/A
Com uma longa trajetória de sucesso na área financeira, Fábio Barbosa deu uma guinada em sua carreira neste ano. O executivo deixou a presidência do conselho de administração do Santander para assumir, em setembro, a presidência executiva da Abril S/A, onde se tornou o responsável pelas operações do grupo nas áreas de mídia, gráfica, distribuição e serviços. Na ocasião, Roberto Civita, presidente do Conselho de Administração e diretor editorial do Grupo Abril, disse que a chegada do executivo marcava um passo importante na profissionalização do grupo e assegurava a manutenção dos valores e a permanente busca da excelência do conglomerado. Barbosa iniciou sua carreira na Nestlé, em 1976, na área financeira. Na companhia, atuou nos escritórios do Brasil, Estados Unidos e Suíça. Em 1986, ao retornar ao País, ingressou no Citibank. Também foi presidente do LTCB Latin America e do ABN Amro Bank, onde participou da compra do Real. Com a aquisição do banco pelo Santander, em 2007, se tornou presidente da instituição de origem espanhola no País.

7 30 anos ao lado do povo
No dia 19 de agosto de 1981, quando abriu oficialmente o sinal do Sistema Brasileiro de Televisão, o SBT, Sílvio Santos não fazia ideia de que, 30 anos depois, as suas “colegas de trabalho” e seus espectadores seriam o público dos sonhos do mercado publicitário. Assumidamente feito para a classe C, o SBT celebrou 30 anos refeito das turbulências geradas pelos escândalos financeiros do Banco Pan-Americano e prometendo manter o estilo e a linguagem que marcaram suas três décadas de existência. Em entrevista ao Meio & Mensagem, a diretora artística e de programação — e herdeira de Sílvio — Daniela Beyruti admitiu que a emissora errou ao tentar, no passado, criar uma grade ao estilo da Globo e que o SBT só entrou nos eixos quando se voltou para sua essência popular. Uma programação especial, com homenagens ao elenco e retrospectiva dos momentos históricos e eventos para o mercado publicitário e para os colaboradores marcaram a celebração da balzaquiana emissora.

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8 Lei 12.845 abre TV paga para teles e dá impulso ao conteúdo nacional
Nos últimos cinco anos o mercado de TV por assinatura mais que dobrou. Apenas entre janeiro e outubro deste ano o setor acumulou um crescimento de 24,54%, com a inclusão de 2,4 milhões de novos assinantes, perfazendo uma base total de quase 12,2 milhões. E os números devem crescer ainda mais com a aprovação em setembro passado do Projeto de Lei Complementar nº 116 (PLC 116), que dita novas regras para o setor. A agora lei 12.485/2011 liberou a entrada de empresas de telecomunicação no jogo, o que deve acirrar a concorrência e gerar ondas de investimentos (as operadoras devem aplicar mais de R$ 70 bilhões até 2016 em redes de alta velocidade). A lei também pode injetar investimentos da ordem de R$ 400 milhões no segmento audiovisual e gerar demanda de quatro mil horas de conteúdo nacional por ano. Isso por conta de dois pontos específicos que estabelecem que os canais qualificados carreguem 3h30 de programação brasileira por semana em horário nobre, sendo a metade independente; e a cota por pacote, que exige que um terço dos canais de espaço qualificado oferecidos pelas operadoras seja brasileiro.

9 Mobiliário urbano prepara volta à cidade de São Paulo
Foram mais de quatros anos de espera. Prevista na lei Cidade Limpa, em vigor desde janeiro de 2007, a regulamentação do mobiliário urbano na capital paulista saiu do papel apenas em 2011. O Projeto de Lei nº 47/2010, aprovado pela Câmara Municipal em 21 de setembro (transformando-se na lei nº 15.465) foi sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab em outubro, e deve atrair novamente verbas publicitárias para o setor. A nova lei aguarda a publicação do edital de licitação, o que deve ocorrer até o final deste ano. A São Paulo Obras (SP Obras), responsável pela elaboração do texto, contratou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para preparar a modelagem econômica do edital (tanto de relógios de rua quanto de abrigos de ônibus), enquanto seus técnicos desenvolvem o Termo de Referência e discutem, com outras esferas municipais, as cláusulas do futuro contrato. Valores ainda não estão definidos, mas devem estar na casa dos milhões, já que a SP Obras estima que sejam explorados 6.500 abrigos (1.200 nos corredores de ônibus e outros 5.300 espalhados nas ruas e avenidas) e 12 mil pontos de ônibus, além de até mil relógios de rua.
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10 Rumo à Olimpíada de Londres
Emissora de TV oficial dos Jogos de Londres, a Record fez do Panamericano de Guadalajara uma prévia de como será sua cobertura da Olimpíada em 2012. Pela exclusividade dos jogos londrinos em todas as mídias eletrônicas, a emissora desembolsou US$ 65 milhões. Ao México, a Record enviou 245 profissionais para uma cobertura multiplataforma que envolveu, além da emissora principal, também o canal segmentado Record News e o portal R7. Em suas transmissões, a emissora principal dedicou parte da faixa nobre ao evento, deixando 12 horas/dia ao canal jornalístico. No R7, houve a replicação do sinal da rede aberta e também alguns eventos em streaming por canais diferenciados. A estratégia da Record foi vetar o sublicenciamento dos direitos à TV por assinatura, apenas repassando os direitos para internet ao Terra. Para Londres, a negociação com a TV por assinatura já foi acertada — para os canais SporTV, ESPN e BandSports. O Terra também terá a Olimpíada de Londres, da mesma forma que já teve os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008. Com a experiência de quem já transmitiu 632 eventos diferentes do evento chinês, o Pan também contou com inovações online, e veio em 13 canais de vídeos diferentes, para dar conta das competições simultâneas.
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