CEO da Caras critica lei trabalhista

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CEO da Caras critica lei trabalhista

No Fórum da Aner, Edgardo Martolio afirmou que o modelo na relação de trabalho do País é um entrave na produtividade dos veículos de comunicação


23 de novembro de 2015 - 2h20

Não são as novas formas de distribuição de conteúdo, tampouco a queda de tiragem das revistas que acentuam a crise no setor de mídia impressa. Para Edgardo Martolio, CEO da Editora Caras, a legislação trabalhista brasileira impede que as empresas com origem no jornalismo impresso sejam mais produtivas.

“Um jornalista no Brasil trabalha cinco horas por dia sendo que, efetivamente, as editoras precisam dele intensamente apenas dois dias da semana e nada podemos fazer para que isso mude”, criticou Martolio durante o IX Fórum Aner de Revistas, nesta terça-feira, 23, em São Paulo. 

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Na visão do publisher, a legislação e o modelo trabalhista em questão funcionou quando “os jornalistas precisavam estar presentes na redação em função da demanda gráfica”, porém, isso já não se faz necessário. “Tenho que pagar hora extra no dia de fechamento que ele [jornalista] fica até mais tarde e não posso dispensar meu funcionário um dia depois em que ele não fará absolutamente nada”, afirmou.

Martolio também criticou o conteúdo do próprio evento da Aner sinalizando que o negócio é de revistas e o que sustenta o modelo são as revistas. “Considero relevante os cases apresentados aqui, mas de nada me adianta se não trouxer retorno financeiro. Ficamos falando do mobile e esquecemos que nosso negócio é revista”, disse.

Natural da Argentina, Martolio indicou que o mercado ficou "viciado apenas no modelo de publicidade", atualmente em mudança. “Nos baseamos em um modelo que a publicidade pagava tudo, mas vim de um País onde a publicidade não pagava nada e, vez ou outra, tinhamos que publicar uma capa apelativa para elevar as vendas, não existe inovação sem retorno financeiro”.

Sobre a atual crise vivida pelo setor de mídia, em especial no Brasil, Martolio fez um “mea culpa” se referindo a 2010, quando a economia ia bem e havia dinheiro disponível para promoções de funcionários. “Naquela época, eu promovi profissionais e dei bonificações e, agora, vi que ser generoso quando se tem caixa no Brasil é um erro”, disse. O executivo havia sido convidado a falar sobre “Produtividade” citando a Editora Caras como exemplo.

O CEO da Caras protagoniza um dos maiores movimentos editoriais do País. Entre julho de 2014 e junho deste ano, a Caras adquiriu 17 títulos que eram da Editora Abril, atualmente em processo de reestruturação de portfólio. Entre eles, publicações tradicionais como Contigo, Placar e Você S/A.

Conforme Meio & Mensagem noticiou, em junho deste ano, a Caras ultrapassou a Editora Globo em circulação, ficando em segundo lugar, atrás apenas da Abril. Enquanto os títulos da Abril, juntos, alcançam uma média mensal de 4,03 milhões de exemplares, o portfólio da Caras possui circulação média de 1,71 milhão de exemplares por mês, de acordo com o  Instituto Verificador de Comunicação (IVC).

Perspectivas

Ao abrir o IX Fórum Aner de Revistas, Frederic Kachar, diretor-geral da Editora Globo e presidente da Aner, considerou que os ajustes no mercado de revistas deverão terminar apenas em 2017. "Vivemos uma crise econômica e mudanças no setor o que alongou o tempo em que ficaremos sob esse momento de transição", disse.

Na visão de Kachar, entre os principais desafios atuais da indústria estão temas como inovação com rentabilidade, uso de dados para desenvolver produtos e o investimento na atração de jovens talentos. 

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