CEO fala sobre cortes no portal Terra

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CEO fala sobre cortes no portal Terra

Portal fecha sucursais, fica com 20% da redação e passa a focar em curadoria de conteúdo e programmatic


6 de agosto de 2015 - 1h16

Atualizada às 16h59

Aquele que já foi um dos maiores portais de conteúdo do Brasil deu um reboot oficial nesta quinta-feira, 6. Com uma drástica redução de equipe e reforma nos métodos editorial e comercial, o Terra inicia um novo capítulo de sua trajetória: mais curador, menos produtor de conteúdo.

“É uma resposta nossa às mudanças do mercado”, afirma Paulo Castro, CEO global do Terra. “É uma mudança estrutural, não é conjuntural, não tem necessariamente a ver com a economia. Sentimos há alguns anos que o mercado estava indo para as plataformas e tecnologias e menos para o produtor e distribuidor de conteúdo. A forma de contra-atacar isso foi investindo bastante nos últimos anos no protagonismo de conteúdo.” O executivo cita produtos como a cobertura dos Jogos Olímpicos de Londres de 2012 e o licenciamento de diversos conteúdos para o Terra TV, como ocorreu com Sony e XFC. Mas reconhece os revezes do mercado. “Essa mudança foi mais forte do que pensávamos e fizemos um movimento de redirecionar o investimento”, diz.

Dessa forma, o Terra encerra suas operações editoriais em Porto Alegre e Brasília fecha totalmente a sucursal do Rio de Janeiro, seguindo com a redação em São Paulo com 20% do tamanho anterior, entre outras áreas. Entre funcionários dispensados ao longo da semana, circulou a notícia de um corte de 150 pessoas que, além de editorial, também incluiu publicidade e tecnologia.

As demissões ocorrem um ano depois de outra grande reestruturação, quando dezenas de profissionais, principalmente jornalistas, deixaram o portal. À época, a reportagem apurou que os investimentos no projeto Novo Terra e a falta de retorno em audiência e venda de mídia teriam direcionado a reestruturação. Paulo discorda. O executivo afirma que a empresa correu um risco ao investir em conteúdo quando o mercado se direcionava para serviços, mas que o projeto editorial tem cumprido com as expectativas. “O Novo Terra foi uma aposta que deu certo, pois os cards trabalham muito bem com segmentação, com relevância, associados à publicidade programática, que será nossa linha agora. E é tudo fruto do investimento anterior”, afirma o executivo.

Em comunicado oficial, a empresa coloca que “com o lançamento do Novo Terra, em abril de 2014, a companhia já se preparou e focou para uma comercialização publicitária mais segmentada, automatizada, através de ferramentas programáticas, utilizando cada vez mais a tecnologia para entregar o conteúdo e a publicidade mais relevante para cada usuário.” O CEO explica que, do lado publicitário, a empresa deve direcionar ainda mais esforços para soluções automatizadas. “Vamos investir no programático, ligado às redes locais ou globais de real time bidding e na venda automática de inventário, que cresceu bastante, apesar de o restante da publicidade ter caído”, explica Paulo. Para tal, assegura que os escritórios de São Paulo, Miami e Cidade do México permanecem em plena atividade.

Em termos de conteúdo, o Terra diz que vai priorizar as parcerias, sejam locais, correspondentes ou outros produtores de conteúdo. “Vamos trabalhar com esse modelo que hoje é vigente na internet e se provou um sucesso. Temos a Editora Três como parceira desde 1999, o portal e jornal Lance está com a gente há muito tempo, e outros verticalizados, como por exemplo o portal Waves e a Fluir, na área de surf. Vamos concentrar em curadoria, o que é relevante nas redes sociais, como trabalhar conteúdo de terceiros, agências e correspondentes”, explica Paulo.

O executivo destaca que a empresa não atravessa dificuldades financeiras e o Terra não está acabando. A receita publicitária, segundo ele, corresponde hoje a menos de 20% do negócio e nunca esteve acima de 30%. A maior parte dos dividendos são serviços que o Terra fornece – como e-learning e antivírus – que remontam à origem do portal como provedor de acesso à rede. O comunicado cita a continuidade dessas operações, citando as áreas de “Mobile VAS e Digital Services, que juntas representam mais de 80% da receita da empresa”.

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