IDTechs: segmento em expansão na nova era digital
Além de poupar tempo e gerar comodidade, as tecnologias de biometria podem ser a solução para livrar consumidores do uso de cartões e senhas; segmento deve movimentar US$ 49,5 bilhões em 2026
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Renan Honorato
12 de julho de 2023 - 6h00
“O mercado de IDTechs caminha para ser menos sobre as tecnologias e mais sobre as dores das pessoas”, comenta diretor de marketing da Unico (Crédito: Tippapatt/Shutterstock)
Quando o assunto é o segmento de IDTech, o setor financeiro costuma liderar as pesquisas em determinadas áreas, como em segurança virtual e validação digital. As IDTechs são empresas que desenvolvem tecnologias de biometria e identificação por traços biológicos, como digital, voz ou composição facial. Nesse sentido, adotado como funcionalidade básica, a biometria digital, por exemplo, foi motivo de chacota em meados de 2013 por parte da Motorola, quando a Apple anunciou a função. Desde então, as startups do setor exploram como tornar a usabilidade desses mecanismo mais naturalizados na jornada do usuário.
A Mind Digital foi criada em 2017 por Marcelo Peixoto para atender, sobretudo, a preocupação de call centers em prevenir fraudes por telefone. O sistema interbancário, explica, em que elos de diferentes cadeias estão conectados – como sistemas de telefonia, bandeiras de cartões de crédito, telemarketing etc – é frágil. “É muito comum quando há uma fraude que os bancos investiguem para entender se o vazamento não surgiu de algum parceiro”, comenta Peixoto, CEO. Todavia, quando comprovada a falha na comunicação do sistema, os valores precisam ser ressarcidos ou divididos pela operadora de call center.
Portanto, a partir desse contexto demandante de novas tecnologias de segurança que a Minds lançou, em 2019, o primeiro produto de biometria por voz. “Muitos estudos colocam a voz humana como sendo única de cada indivíduo. Além disso, é extremamente custoso e complexo que replicar uma voz, mesmo que o ouvido humano ouça como semelhante, ao processar os parâmetros vocais é possível perceber as diferenças”, comenta. Focado em segurança e prevenção à fraudes, a Minds Digital têm histórico de trabalho com bancos, principalmente o BMG. Doutro modo, Peixoto também pondera sobre o momento do mercado, estando ainda mais focado na construção de marca a partir da criação de vínculos institucionais focados no mercado business to business.
Para José Restrepo, diretor de marketing da Unico, o setor ainda desenvolve estratégias voltadas para conscientização do público. “Primeiro, nós partimos das relações com as empresas, que há alguns anos já viam certo valor no setor. Porém, desde o ano passado, estamos nos mostrando mais ao consumidor, sempre ressaltando as questões de segurança e privacidade”, diz. A Unico possui diversos serviços de biometria facial, voltados a segmentos tão diferentes quanto serviço bancário, redes de concessionárias e recursos humanos. Recentemente, a empresa realizou a implementação de sistemas biométricos para C&A e 123Milhas. “A 123Milhas foi um dos primeiros clientes do nosso serviço de recuperação de compras no cartão de crédito em vendas online”, explica Restrepo sobre alguns dos casos comuns enfrentados pelos usuários durante a jornada de compra.
Dados de uma pesquisa encomendada pela Unico ao Instituto Locomotiva demonstraram que entraves burocráticos impactam substancialmente a economia. Como se não fosse suficiente, os transtornos na jornada do consumidor estão entre o maiores efeitos negativos percebidos pela pesquisa. “Uma em cada quatro compras é interrompida por alguma questão de verificação de identidade. Pensando em empresa com ticket médio alto, como uma marca de eletrodomésticos, por exemplo, o impacto é gigante”, conta Restrepo. Ele destaca ainda que os varejistas online têm estudado esse tipo de ligação entre compras e biometria como forma de preparo para a Black Friday, em novembro.
Ainda segundo relatório, quase 100% dos brasileiros já declararam ter enfrentado alguma dificuldade em confirmar a própria identidade, como em provas de vida. Além disso, 84% relatam ter sofrido prejuízos financeiros. Neste cenário, situações envolvendo bancos lideram, com 93% dos brasileiros que se queixam de já ter enfrentado dificuldades ligadas à sua identificação em serviços bancários. Noutra pesquisa, em parceria com FGV, o Custo Brasil da Identificação (CBI) estima que o País reserve entre R$104 e R$174 bilhões de reais em processos analógicos de identificação, como os sistemas de cartórios. Individualmente, o brasileiro pode demandar nesses processos – além do tempo – cerca de R$500 a R$830 por ano. “O mercado de IDTechs caminha para ser menos sobre as tecnologias e mais sobre as dores das pessoas”, ressalta.
O mercado de identificação digital é formado por vários fragmentos que formam o espectro duma pessoa na web. Por exemplo, os dados contidos em programas de Governo somados aos dados bancários – endividamentos, open finance etc – e até mesmo as redes sociais ajudam a formular esse espectro digital. Segundo o Research and Markets, o mercado IDTech às soluções em identidade digital deve saltar de US$ 23,3 bilhões arrecadados, em 2021, para US$ 49,5 bilhões em 2026. Além disso, levantamento feito pela McKinsey, em 2019, estima que o mercado no geral, intensificado pelas tecnologias de IDTech, podem chegar a 13% do PIB até 2030.
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