Marcas e criadores: a receita do sucesso
Os criadores de conteúdo Lucas Rangel e Paulo del Valle explicam o que pode melhorar na relação das marcas e agências com as personalidades da rede
Os criadores de conteúdo Lucas Rangel e Paulo del Valle explicam o que pode melhorar na relação das marcas e agências com as personalidades da rede
Luiz Gustavo Pacete
23 de setembro de 2015 - 4h55
Juntos, Lucas Rangel e Paulo del Valle alcançam mais de cinco milhões de pessoas em seus perfis em diversas redes sociais. São embaixadores de marcas como Coca-Cola, McDonald´s e Nike.
Agora, o contato com os anunciantes tende a ficar mais fácil e profissionalizado com a chegada da Niche ao Brasil, plataforma do Twitter que viabiliza a intermediação entre produtores de conteúdo e o mercado anunciante.
Em um debate sobre como a parceria entre creators e marcas pode ser bem-sucedida, Lucas e Paulo, os primeiros influenciadores cadastrados na Niche falaram sobre como explorar o potencial da rede de forma autêntica. Na conversa também estiveram presentes Tulio Tavanielli, brand strategy leader da Niche e Dani Bogorocin, estrategista de marca do Twitter. O debate foi uma das atrações do youPIX CON, evento de conteúdo digital realizado no Museu da Imagem do Som, em São Paulo, nesta quarta-feira, 23.
O papel e a efetividade de um influenciador
Muitos jovens já não estão presentes – massivamente – nas mídas tradicionais como TV e, até mesmo, em plataformas como o Facebook. Logo, a melhor maneira de encontrar e dialogar com esse público é por meio do influenciador que produz conteúdo e engaja sua audiência. Na teoria, eles são conhecidos por produzirem conteúdo não invasivo, espontâneo e original, que respeite estilo e personalidade.
Autenticidade e naturalidade são premissas
Para os seguidores, a comunicação da marca nesse ambiente deve ser natural. Muitos influenciadores são assediados por marcas que, tendo em vista seu número de seguidores, querem parcerias mesmo que aquele produto ou serviço não se relacione com o dia-a-dia do influenciador. Se uma personalidade não toma refrigerante, por que ele vai trabalhar com a Coca-Cola? Esse é um dos grandes erros apontados por Lucas e Paulo. Fazer apenas por dinheiro soa artificial.
A exposição das marcas
Empresas que buscam influenciadores precisam saber que estarão expostas. Comentários, xingamentos, reclamações, isso acontece a cada post. Uma forma de minimizar o impacto é produzir algo autêntico, original e criativo. Quanto melhor for feito, mais aceitação a marca terá por parte do consumidor.
Criar junto é melhor que impor
Muitos dos influenciadores reclamam que, em alguns casos, as marcas querem impor um projeto pronto. Neste sentido, a cocriação envolvendo agência, anunciante e influenciador é necessária e vital. Somente a personalidade conhece sua rede e tem o domínio da plataforma.
Respeito ao estilo da plataforma
Outro ponto a ser considerado e que depende muito do conhecimento do influenciador é a dinâmica de cada plataforma. Replicar campanhas em várias redes e repetir modelos não é eficiente. Instagram demanda uma ideia. O Facebook tem outro estilo e assim por diante. Para os influenciadores, criar junto significa preservar ao máximo a autenticidade.
O que melhorar na relação
Se por um lado os influenciadores demandam cocriação, agências e anunciantes ainda esbarram em algumas dificuldades. Nem todos os criadores de conteúdo pensam ou se estruturam profissionalmente e acabam deixando marcas e agências na mão quando não cumprem compromissos.
O que as marcas esperam dos influenciadores?
As agências observam que os influenciadores chegam com ideias de algo que já está no ar. “Vi a campanha tal e acho que ela se encaixa”. De acordo com Eco Moliterno, diretor de criação da África, e um dos palestrantes do evento, os criadores precisam pensar naquilo que pode agregar algo ao que as agências já produzem e não com base no que já foi criado.
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