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O que muda com o Novo Critério Brasil

Modelo que irá pautar estratificação socioeconômica começa a valer em janeiro de 2015


15 de dezembro de 2014 - 3h29

Um ano após o prazo inicialmente previsto, o Novo Critério Brasil de estratificação socioeconômica passará a vigorar em janeiro de 2015 e passa a pautar empresas de pesquisa de mercado e de mídia no País.

Desenvolvido pelos professores Wagner Kamakura (Rice University) e José Afonso Mazzon (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo), a nova estratificação tem como pontos inovadores o fato de considerar impacto de fatores geográficos e da composição familiar em sua concepção.

O novo modelo possui sete estratos socioeconômicos e, por exemplo, reconhece que mesmo que a renda familiar de duas famílias seja a mesma é possível que seu poder aquisitivo seja diferente, pela influência de fatores como a localização do domicílio e do número de pessoas na família. Segundo os organizadores do Novo Critério Brasil, a estratificação é pautada em dados mais recentes da Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que tem base no conceito de renda permanente, refletindo o padrão de vida de uma residência.

Com isso, a estratificação socioeconômica vai além de critérios como renda familiar, escolaridade, quantidade de bens domésticos ou acesso a serviços públicos. É possível simular uma classificação socioeconômica na internet, descobrindo em qual estrato uma família está e o consumo típico daquele estrato. Quem desejar, pode comparar seu orçamento à média do orçamento típico do estrato no qual se inclui ou mesmo simular gastos com uma possível mudança de local de residência ou quantidade de pessoas na família.

A Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep) também está implementando uma versão simplificada do classificador, o que permite a cada pesquisador classificar o estrato onde um entrevistado se localiza. Os coordenadores do Novo Critério Brasil alertam que na versão simplificada, o classificador apenas identifica o estrato mais adequado a cada domicílio e com os detalhes dos perfis de cada estrato um pesquisador pode saber quanto cada estrato representa do mercado de cada categoria de produto ou serviço.

O livro “Estratificação Socioeconômica e Consumo no Brasil” (editora Blucher), de Wagner Kamakura e José Afonso Mazzon, reúne informações em detalhe sobre a metodologia de desenvolvimento das classes que originou o Critério Brasil, assim como as características socioeconômicas de cada um, perfil de consumo e estilo de vida.

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