Flavio Ferrari
18 de maio de 2011 - 10h55
Uma expressão corriqueira em multinacionais americanas é BAU que significa “business as usual” (os negócios de sempre).
Quando um CEO norte-americano usa essa expressão, geralmente esta se dirigindo à sua equipe dando a entender que o sucesso dos negócios correntes não é mais do que obrigação e cobrando idéias inovadoras (leia-se, que não custem nada e gerem um montão de dinheiro).
Como o mundo anda acelerado e atolado em novidades que se transformam celebridades instantâneas, muitas empresas estão dedicando uma atenção desproporcional e viesada à inovação.
Em muitos casos a estressante busca da reinvenção do negócio e a exigência de idéias disruptivas acaba comprometendo os negócios correntes numa espécie de profecia que se auto-realiza.
A ansiedade por inventar o novo antes que o velho morra acaba por matar o velho antes do tempo.
Sempre é bom lembrar que o ser humano ainda está em sua primeira versão. Os “releases” dos últimos séculos foram apenas cosméticos. Nosso “kernel” (responsável pelos processadores e dispositivos de entrada e saída) seguem sendo os mesmos e os módulos operativos Audição 1.0, Visão 1.0, Emoções 1.0 e Necessidades Básicas 1.0 sequer sofreram atualizações.
Em função disso, quando a empresa tem um produto “matador” que vem gerando bons resultados por anos seguidos, tudo indica que vale a pena investir em mantê-lo atualizado (que significa, em termos gerais, sendo capaz de atender ás mesmas necessidades, acompanhando as mudanças do ambiente), para que o “business as usual” siga sendo “as usual”.
A experiência vem demonstrando que quando a gente despreza o BAU, bau-bau !
* Flavio Ferrari é CEO do Ibope Mídia
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