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Disney: streaming, produções exclusivas e queda de lucro

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Disney: streaming, produções exclusivas e queda de lucro

Em comunicado, CEO Bob Iger comentou que filmes Disney, Pixar, Marvel e Star Wars estarão na plataforma após estreia nos cinemas; e ainda informou uma queda de US$ 140 milhões na receita de investimentos da empresa


10 de novembro de 2017 - 17h47

Com informações do Advertising Age e Bloomberg News*

 

(Crédito: reprodução – Troy Harvey / Bloomberg)

Durante comunicado da Walt Disney, realizado nesta quinta-feira (9), CEO Bob Iger disse que o estúdio da empresa produzirá quatro ou cinco filmes por ano exclusivamente para o serviço de streaming próprio da empresa — com lançamento previsto para 2018 e 2019 — e ainda abastecerá a plataforma com películas da Disney, da Pixar, da Marvel e de “Star Wars” alguns meses após estreias nos cinemas. Sem nome, a novidade não contará com publicidade tradicional mas pode incluir patrocinadores como o Disney Channel. O preço da novidade de Disney ainda não foi comunicado. Porém, pode-se ter uma noção ao lembrar que o streaming DisneyLife, lançado no Reino Unido há dois anos, oferecido a princípio por US$ 13,14 por mês, agora custa a metade — atualmente, a Netflix custa cerca de US$ 11 mensais nos Estados Unido.

Uma temporada de furacões, queda de vendas de publicidade e um filme cancelado diminuíram o lucro do quarto trimestre da Disney

Além disso, a companhia relatou que uma temporada de furacões, queda de vendas de publicidade e um filme cancelado diminuíram o lucro do quarto trimestre da Disney. A má fase nos resultados anuais da companhia é a primeira desde a crise financeira de quase uma década atrás. A corrente de ar, originada pelo mau tempo, redução das vendas de anúncios e um ano complicado para filmes foi muito duro mesmo para a Disney, que conta com TV, parques, produtos de consumo e estúdio para alavancar sua ascensão.

O CEO Bob Iger advertiu há um ano que o fiscal de 2017 seria uma “anomalia” e seguiu dizendo que os ganhos estarão “aproximadamente em linha” com o ano passado. Sua previsão era quase perfeita. A unidade de televisão a cabo da Disney apresentou uma queda 1,2% para US$ 1,24 bilhão, no lucro de seu quarto trimestre, em razão das fracas vendas de publicidade e maiores custo de programação para baseball e futebol na ESPN. As taxas de filiados aumentaram mesmo quando o número de assinantes declinou. 

Nos últimos trimestres, a divisão de parques temáticos da empresa gerou fortes ganhos, impulsionados pelo aumento dos preços de ingressos, pelo gasto de hóspedes e pelas novas atrações que alavancaram o atendimento. Embora o lucro tenha aumentado, o furacão Irma forçou a Disney a fechar parques de Orlando, na Flórida, por dois dias e a cancelar três cruzeiros. Os lucros do resort doméstico caíram.

Com sede em Burbank, na Califórnia, a Disney enfrentou oito ventos adversos este ano, incluindo um calendário de lançamento de apenas oito filmes, uma queda em relação a anos passados e um contínuo desafio de encontrar produtos de consumo para combinar bonanças gerados por “Frozen” e “Star Wars: The Force Awakens”. O último trimestre obteve baixa no filme animado “Gigantic”.

A empresa também planeja criar um programa de TV de “Star Wars”, para o seu novo serviço de streaming

Nesta quinta-feira, a Disney disse que já está trabalhando em uma nova trilogia de “Star Wars” para dar continuidade a série que já está programa pra terminar em dezembro de 2019. A empresa ainda falou que o diretor Rian Johnson já está atuando no projeto. A empresa também planeja criar um programa de TV de “Star Wars”, para o seu novo serviço de streaming. A primeira foto do revival de “Star Wars” da Disney, o “The Force Awakens”, custou US$ 245 milhões em termos de produção de e entregou US$ 2,07 bilhões em termos de vendas de bilheteria, de acordo com o Box Office Mojo.

Para o trimestre terminado em 30 de setembro, a Disney registrou um lucro de US$ 1,07 por ação, excluindo alguns itens, perdendo para a média de US$ 1,14 estimada por analistas. A receita caiu para US$ 12,8 bilhões, em comparação com projeções de US$ 13,3 bilhões. Para o ano, o lucro e a receita caíram 1%.

Para adaptar-se ao encolhimento do público da TV a cabo, Iger está apresentando serviços de assinautra direto ao consumidor baseados na ESPN e na rica biblioteca da empresa de programação infantil. Mas, os custos de startup, juntamente com a perda de potencial de vendas para terceiros com a Netflix, aumentaram as preocupações de investidores.

A companhia informou uma queda de US$ 140 milhões na receita de investimentos, citando maiores perdas na BamTech, sua unidade de transmissão, e no Hulu, bem como menores ganhos vindos da A&E Networks. Isso pode explicar o interessa divulgado pela Disney em adquirir grandes partes do 21st Century Fox, incluindo seu estúdio de cinema, alguns canais a cabo e sua participação em serviço de TV de consumo como Sky e Hulu. Iger deve aposentar-se em julho de 2019, potencialmente fazendo um acordo de US$ 54 bilhões com a Fox. Na quinta-feira, executivos recusaram-se a comentar os relatórios da Fox.

(*) Tradução: Victória Navarro

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