Instagram: 29 milhões de usuários no Brasil
Marne Levine, COO da plataforma, fala sobre a relevância do mercado nacional e a relação do brasileiro com as redes sociais
Marne Levine, COO da plataforma, fala sobre a relevância do mercado nacional e a relação do brasileiro com as redes sociais
Igor Ribeiro
9 de novembro de 2015 - 9h54
O Brasil é o maior mercado do Instagram fora dos Estados Unidos. São 29 de milhões de usuários entre os 400 milhões globais — nos EUA são cem milhões. Segundo dados da ComScore, só em setembro 27 milhões de visitantes únicos passaram pela rede social.
O número de usuários totais nunca havia sido revelado e veio junto à primeira viagem internacional de Marne Levine enquanto COO do Instagram. Apesar de ter sido nomeada há um ano, ela trabalha efetivamente na cúpula da empresa desde o início deste 2015, respondendo diretamente aos cofundadores Kevin Systron e Mike Krieger. Começou, portanto, poucos meses antes de a plataforma estrear suas soluções de publicidade.
Todos esses fatos estão conectados. “Eu amo o que eu faço e eu amo propaganda”, afirma Marne, que explica na entrevista a seguir o quanto tem se dedicado à evangelização do mercado sobre as ferramentas de anúncio da plataforma. A executiva concorda, porém, que a experiência pode ser desenvolvida e as marcas devem melhorar a entrega de conteúdo relevante a seus consumidores.
Confira abaixo trechos da entrevista concedida pela executiva ao Meio & Mensagem, publicada na edição 1685, cuja íntegra está disponível para download em Android e iOS.
Meio & Mensagem — O que significa a marca de 29 milhões de usuários brasileiros para o Instagram?
Marne Levine — Vamos colocar esse número em perspectiva: quanto mais brasileiros usam o Instagram, mais usuários globais ganham uma janela e um ângulo sobre como é o Brasil. Por exemplo, o Carnaval. Houve 200 milhões de interações globais ao redor do último Carnaval, com toda sua vibração, cores, fantasias, festas… Isso é muito tailor made para uma plataforma que é uma experiência muito visual. Quando estava ocorrendo a Copa do Mundo, um a cada dez instagramers estava seguindo um jogador de futebol ou alguma equipe, e o mundo também conheceu mais um pouco do Brasil daquele jeito. Falando especificamente do Neymar, antes da Copa ele tinha cinco milhões de seguidores, e hoje são 33 milhões. Quanto mais brasileiros estiverem no Instagram, melhor é para nossa comunidade global, somos vitoriosos em incluir ambas as vozes.
M&M — Há um ano, o Brasil apareceu em primeiro lugar num ranking de “lugares mais felizes” segundo fotos do Instagram, produzido pelo guia de turismo Jetpac. O que você acha que torna a relação de brasileiros com mídias sociais tão especial?
Marne — Os brasileiros adoram publicar sobre natureza, música, viagem. E eles vêm para o Instagram porque querem compartilhar sobre o que são apaixonados. Acho que vocês possuem uma vontade real, um desejo real pela vida. E no Instagram você pode contar histórias visualmente e criar conteúdo sobre interesses e paixões reais. E no Brasil há muitos momentos grandiosos para compartilhar. Falamos de Carnaval e Copa, mas também há coisas como o Rock in Rio. Diferentes eventos que reúnem as pessoas. E as mídias sociais se tornam uma ótima plataforma para elas demonstrarem como experimentam esses momentos e descobrir interesses similares. Essas ferramentas tornam esses eventos mais globais de verdade. Instagram e moda, por exemplo, combinam muito bem. Vocês acabaram de ter os desfiles de moda de São Paulo, pouco antes houve a fashion week de Nova York e, depois, Paris… Quem viaja mundo afora para comparecer nesses desfiles é ótimo ver o que os brasileiros estão postando sobre moda, pois isso permite que essas pessoas experimentem como isso é consumido aqui sem necessariamente vir para cá. Eventualmente, o que acontece é que ficam mais interessados e resolvem viajar ao Brasil para ter essa experiência de forma mais real.
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