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Os desafios e bastidores do primeiro melodrama da Netflix

Cecilia Grosso, sócia e produtora executiva da Fábrica, que faz parte da Banijay, fala sobre Pedaço de Mim, projeto anunciado pela plataformas, e sobre as perspectivas para o conteúdo brasileiro


18 de abril de 2023 - 6h05

Vladimir Brichta e Juliana Paes serão protagonistas do melodrama da Netflix produzido pela Fábrica (Crédito: Divulgação)

Agora parte da Banijay Americas – a aquisição foi anunciada em dezembro de 2022 – a Fábrica nasceu em 2016  para atuar na produção de conteúdo roteirizado no Brasil. A empresa é liderada atualmente pelos sócios Alberto Elias, Cecilia Grosso, Luiz Noronha, Renato Fagundes e Samanta Moraes.

A produtora já trabalhou com Netflix, Amazon Prime Video, Globo e HBO Max, em produções como Minha Vida em Marte, com Mônica Martelli e Paulo Gustavo; Modo Avião, com Larissa Manoel; Pai em Dobro; Lulli; Barba Cabelo & Bigode, e Vai Que Cola, a comédia de TV por assinatura.

Agora, a empresa se une novamente à Netflix  para a coprodução do melodrama Pedaço de Mim, escrito por Angela Chaves e dirigida por Maurício Farias.

Contando com os atores Juliana Paes e Vladimir Brichta como os protagonistas, esse é considerado o primeiro projeto da plataforma similar às novelas brasileiras.

Cecilia Grosso, sócia e produtora executiva da Fábrica, comenta sobre a produção de Pedaço de Mim e os próximos passos do setor de audiovisual brasileiro.

Meio & Mensagem – A Netflix anunciou, durante o Rio2C a série Pedaço de Mim, nova produção nacional. Pode contar um pouco como foi o processo de criação desse trabalho? Desde quando vocês começaram?

Cecilia Grosso – A Netflix contratou a Angela Chaves, que é a autora, e começou a desenvolver os roteiros no ano passado. Começamos a falar do projeto do meio do ano passado para o final. Chamamos o Mauricio (Farias, o diretor do projeto) e ficamos trabalhando com a Angela nesse período todo até esse momento. Na verdade, foi um desenvolvimento normal de uma série e trabalhamos juntos com diretor e autora. É um processo natural de desenvolvimento. Agora começamos a filmar.

M&M – Os brasileiros estão muito acostumados a assistirem novelas pela TV. Você acha que, para o streaming, essa produção tem de ser diferente?

Cecilia – O melodrama tem a ver com o assunto. É muito mais do que um formato, é uma história que nunca contamos dessa forma no streaming. Não posso dizer que é uma novela, pois não tem a mesma quantidade de capítulos, mas tem características de melodrama. Estamos fazendo um projeto com uma produção um pouco maior, com mais de uma frente de filmagem, não é só uma unidade. Tem características um pouco diferente do que as séries de menos episódios, mas é parecido com outros projetos. Não tem uma estratégia profunda. A diferença é que o público do Brasil terá acesso a um melodrama pela primeira vez no streaming. É uma história que vai engajar, é emocionante.

M&M – Como vocês pretendem fazer com que o público se engaje com a história?

Cecilia – A autora é bastante experiente. Pedaço de Mim irá cativar o público através da narrativa. Os dramas, os acontecimentos e a emoção, que é muito presente nas histórias brasileiras. São características muito particulares. O Brasil está nesse lugar de emoção e muita paixão, no drama, no sentido de emoção.

M&M – E você acha que os protagonistas, que vieram da TV aberta, podem ajudar nesse processo?

Cecilia – É um processo natural de mudanças de contrato. A Juliana Paes e o Vladimir Brichta estavam há muitos anos na Globo e agora estamos conseguindo misturar os maiores elencos. É sempre positivo trazermos grandes atores e só vai agregar. É bom tê-los para o projeto e ajuda, já que são experientes.

Cecilia Grosso, sócia e produtora executiva da Fábrica: “É uma tendência que nosso conteúdo penetre mais em outros países. Todo mundo começou a consumir o Mundo todo” (Crédito: Divulgação)

M&M – Quais as diferenças, em termos de produção, de uma obra feita para o streaming? Existem trabalhos que precisam ser feitos de forma diferenciada com elenco, direção, etc?

Cecilia – As novelas na TV aberta, principalmente no Rio de Janeiro, têm um tipo de estrutura e um tamanho de estúdio. Trabalhamos de formas diferentes, mas mesclando a experiência de estar com o Mauricio e mais três diretores que vieram do mercado de televisão. Somos uma produtora que faz séries e filmes sempre misturando e trazendo uma turma que traz essa experiência de TV aberta. É uma grande troca, estamos descobrindo. O fato de ser uma estrutura de frentes maiores, significa que tivemos que fazer porcentagens de roteiros para ter tempo suficiente, é uma diferença de núcleos.

M&M – Quais são as suas expectativas em relação a essa primeira produção?

Cecilia – É o nosso primeiro projeto. Esse não é um projeto aberto que nem uma novela, que vai acontecendo e mudando. É fechado, e vamos aprender. A expectativa é que a gente faça mais, e vá para mais países. A expectativa é que seja um sucesso, e que dê certo, é um passo importante para o audiovisual, gera muita coisa bacana, muito emprego. Esperamos que seja um sucesso. Sempre existe a possibilidade (de uma nova temporada).

M&M – E você acha que Pedaço de Mim pode atingir um público global?

Cecilia –Queremos atingir o mundo. Quando você está no streaming fazendo melodrama, é diferente de estar numa TV aberta, pois estamos indo para 190 países. Isso para o Brasil é maravilhoso e sabemos fazer isso tão bem. Vamos mostrar para o mundo. Esse é um diferencial importante. Quando pensamos em um projeto, já fazemos toda a entrega com um processo de dublagem e legenda. As vezes não lança em todos os países ao mesmo tempo e você tem tempo, dependendo da estreia. É algo planejado desde o início.

M&M –E quais serão os próximos passos do audiovisual brasileiro, no seu ponto de vista?

Cecilia – Tudo muda muito rápido. Acredito que seja um boom, porque agora os streamings estão entendendo e equalizando o que vai acontecer. Cada um está agindo de uma forma diferente. Tem muita coisa no Brasil que proporcionou isso e só faz com que eles queiram que dê mais certo. Não tem uma fórmula e eu não tenho como dizer exatamente o que vai acontecer. Cada streaming com seu desejo e na sua vontade, mas estamos bem, num caminho bom de construção de parceria. É uma tendência que nosso conteúdo penetre mais em outros países. Todo mundo começou a consumir o mundo todo. Virou global, eu consumo séries da Coréia que eu nem imaginava. Fizemos longas da Fábrica que viraram top 10 em vários lugares do mundo. Sendo bom o mundo pega.

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