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Distopia: O dia em que o marketing virou a própria vida
Poucos percebiam que colocar o consumidor no centro significava colocar a empresa e a marca marginalmente à volta
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15 de janeiro de 2021 - 9h45
Isso começou a acontecer nos hoje distantes anos 2020. No início daquela década, gestores de marketing (sim, ainda existia aquele marketing) acreditavam que estar nas redes sociais, fazer branded content, gerir dados, bombar mídia via programática e performance, e bem pouco mais que isso, era o suficiente para “colocar o consumidor no centro”, como todos diziam na época.
Poucos percebiam que colocar o consumidor no centro significava colocar a empresa e a marca marginalmente à volta. No entorno. Como uma vizinhança.
Era já um avanço após décadas e décadas colocando a empresa no centro. Mas não se chegava ainda ao estágio evolutivo de hoje, quando aquele marketing deixou de existir e o que importa é as marcas serem a própria vida do consumidor e não estarem paralelas a ele como corpos estranhos. Um exoesqueleto.
Filosoficamente, uma questão de ser ou estar.
Em meados da década, isso havia já mudado substancialmente. As empresas e marcas haviam percebido, então, embora aos poucos e nem de longe todas, que produtos e serviços não são externos à vida das pessoas e que elas, empresas e marcas, deveriam passar a ser a própria vida de seus usuários e consumidores.
Essa, que parecia uma distopia inalcançável, tornou-se verdade mercadológica quando as empresas passaram a ter gestões mais e mais socialmente transparentes, e a integrar-se aos espaços urbanos, públicos e domésticos, além de permear todos os ecossistemas corporativos, coabitando com a sociedade em toda a sua integridade.
O salto mais relevante se deu quando mais e mais as empresas passaram a embedar extratos sociais os mais diversos e a sociedade viu-se espelhada nelas como a si mesmas.
Consumo deixou de ser consumo para tornar-se convívio. Marketing deixou de ser marketing para tornar-se pele do tecido social. Produtos e serviços viraram extensões úteis e verdadeiramente vitais a todos.
Ao final dos anos 2020, a parte mais substancial das empresas havia feito já sua transformação. A Era da chamada Transformação Digital ficou, então e definitivamente, na história, já que Transformação Digital é meio, nunca um fim em si.
E chegamos, então, a hoje, um dia impreciso num futuro indefinido, em que nem empresas reconhecemos mais direito o que são.
Nossa, parece que foi ontem.
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