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“O que menos importa na transformação digital é o digital”
Nana Baffour, CEO da Qintess, reforça o papel da cultura de inovação para que as empresas não se percam em ferramentas e processos
“O que menos importa na transformação digital é o digital”
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Luiz Gustavo Pacete
3 de novembro de 2020 - 8h00
Nascido em Gana, o empresário Nana Baffour, atual CEO da empresa de transformação digital Qintess, se tornou um dos maiores investidores em empresas de tecnologia no mundo. Após anos em posição de liderança no mercado financeiro, mais especificamente no banco Credit Suisse, seu primeiro investimento foi em 2002 na americana Urban Technologies, um fracasso inicial mas que não o faria desistir. Nesta entrevita ao ProXXIma, Nana reforça a importância do olhar além da tecnologia nas dinâmicas de transformação digital e enxerga o desafio das empresas muito mais cultural do que ferramental.
“O grande desafio das empresas é encontrar o equilibrio entre o bem-estar de seus colaboradores, as responsabilidades sociais e financeiras”
A Qintess tem um papel importante na transformação digital dos clientes, quais os desafios quando falamos de inovação e transformação digital?
O grande desafio para as empresas é de encontrar maneiras de equilibrar o bem-estar de seus colaboradores e suas responsabilidades sociais com as necessidades financeiras de seus negócios, impulsionado por meio do engajamento de todos os elementos fundamentais: clientes, colaboradores, acionistas e sociedade e as tecnologias digitais são fundamentais nisso. Essa disrupação se dá em três frentes: Experience Management (XM), Agile Processes & Automation (AU) e Analytics & Decision Sciences (DS).
“O marketing tem um papel fundamental não apenas no posicionamento, mas também na visão de criação de novos modelos de negócios”
Quais os desafios atuais quando o assunto é tecnologia orientada à transformação de negócios?
O desafio cultural é o maior de todos. A tão falada mudança de mindset para ousar e inovar. Não é tecnologia. Na prática, a palavra que menos importa na “transformação digital” é o digital. Inteligência coletiva ou inovação aberta são conceitos importantes neste cenário. Durante a pandemia, passamos a falar mais desses assuntos e o quanto ainda vamos ouvir falar sobre inovação aberta? A pandemia trouxe uma necessidade forte das empresas de reinventarem. Quebrar de fato os paradigmas em um espaço de tempo muito curto. E para isso, não é possível realizar grandes mudanças de maneira orgânica apenas. As empresas precisam de colaboração para cocriarem possibilidades e gerar resultados mais rápidos. Por isso que a inovação aberta ficou tão latente.
“Não é possível realizar grandes mudanças de maneira orgânica apenas, as empresas precisam de colaboração e cocriação”
Qual o papel do marketing na transformação digital e o quanto essa área é fundamental no desenvolvimento de estratégias de transformação digital das empresas?
O marketing tem um papel fundamental tanto no suporte da elaboração da estratégia, não apenas do posicionamento quanto também na visão de criação de novos modelos de negócios. Principalmente quando falamos de um cenário digital que envolve uma execução forte em mídia performance tanto B2C quanto B2B2C. Além disso, com todo o contexto exposto acima. Acreditamos que o marketing tem que ter em seu core a estratégia de ESG, com marketing de causa e conteúdo – por exemplo.
Qual a importância do mercado brasileiro para a Qintess?
Para a Qintess, o mercado brasileiro é muito relevante no cenário global. Não é por menos que decidimos criar no País um hedquarter global. Pois, além do Brasil, ser um país continental com imensas oportunidades de transformação digital e inovação, devido às lacunas existentes comparado à outros países, desvalorização da moeda, altas taxas, dentre outros fatores, aqui há um potencial enorme para “exportar” nossos talentos. Por conta disso, vários investimentos vem sendo feitos pela Qintess no Brasil com o foco também em ESG (como tornar a empresa mantenedora da Vale do Dendê, por exemplo) e também estamos trazendo a Founders Factory, uma das maiores aceleradoras de startups globais para o mundo corporativo para ajudar a impulsionar as inovações por aqui.
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