Monta uma apresentação sobre o SXSW?

19 de março de 2024 - 15h38

Quando você volta de um evento como o SXSW, normalmente ouve duas perguntas. A primeira, do seu time: “E aí, como foi?” e outra do chefe: “Monta uma apresentação para dividir com a diretoria e equipes?”.

Eu cheguei rapidamente à conclusão que montar uma apresentação sobre o South by é algo quase tão complexo quanto definir sua agenda para o evento. Isso porque ocorrem simultaneamente umas 10 palestras a cada hora, das 9 da manhã às 5 da tarde. Então, no final, falar sobre o SXSW é algo muito individual, influenciado diretamente pela trilha definida por cada um, além do fato de cada apresentação tocar as pessoas de uma forma muito particular.

Eu optei, a grosso modo, por duas frentes: liderança e impactos da tecnologia no mercado de trabalho. Mas também assisti conteúdos sobre telas na adolescência, crise climática, saúde mental, medicina. A abrangência é tamanha que literalmente comecei minha jornada com uma poetisa, atravessei a ponte ouvindo o head do ChatGPT e fechei com a Txai Surui, ativista indígena.

Agora explica isso pro seu chefe.

Explique também que você assistiu a quase 30 horas de conteúdo, mas também encontrou dezenas de brasileiros, numa oportunidade de trocas incríveis – que minha timidez por vezes subaproveitou. Aliás, foi comum ouvir agradecimentos em português e chamados especiais aos brasileiros na audiência. Éramos, de longe, a maior legião estrangeira do evento.

Resumir o que é o SXSW é difícil porque ele não termina com o passar dos dias, uma vez que os efeitos ficam na sua mente por um bom tempo (e não estou aqui me referindo à trilha de psicodélicos).

Por isso, encerro minha participação nesta coluna, pedindo uma licença poética e, também, desculpas à gramática. Falar do SXSW é um processo contínuo. É não dar ponto final a nenhuma discussão. É manter a mente e as conversas abertas. Assim como o South By, este texto não tem ponto final