Novas forças

e Teresa Levin
21 de outubro de 2019 - 16h30

Guilherme Gomide (Mirum) (Crédito: divulgação), Fátima Pissarra (Mynd) (Crédito: Arthur Nobre) e Felipe Simi (Soko) (Crédito: divulgação)

As transformações pelas quais passa a indústria da comunicação estimulam o surgimento de novos players, como as três empresas que concorrem ao Caboré de Serviços de Marketing, todas estreantes na premiação. Atuando em universos distintos, Mirum, Mynd e Soko têm em comum histórias relativamente recentes e o desbravamento de segmentos que estão ajudando a desenvolver.

“O mercado está em profunda transformação: a comunicação mudou, o consumidor se transformou, a forma como as pessoas e marcas se comunicam está muito mais fragmentada e direta que há cinco ou dez anos atrás”, observa Guilherme Gomide, CEO para a América Latina da Mirum, que, no Brasil, surgiu em 2015 a partir da Agência Casa, sucessora da Mídia Digital, empresa fundada por ele em 1995, em Curitiba, e vendida ao WPP em 2010.

“A Mynd surgiu para oferecer soluções completas para as marcas, unindo música, artistas e influenciadores com base em dois pilares: conteúdo e gestão de talentos”, conta Fátima Pissarra, diretora geral da empresa e que ingressou nesse setor quando fundou a Vevo Brasil, onde foi CEO de 2011 até o início de 2018, quando inaugurou a Mynd.

Já o core business da Soko é resumido assim pelo fundador e head de creative data, Felipe Simi: “Desenvolvemos metodologias e métricas proprietárias para atuar em conteúdo, PR e dark social”. A agência integra a holding Flagcx, liderada pelo CEO Roberto Martini, que inclui outras agências, como a CuboCC, e integrou o Grupo Interpublic por sete anos, até 2017, quando os sócios locais recompraram as ações da multinacional.

No WPP, a Mirum acaba de ganhar porte no processo de enxugamento no portfólio da holding ao ser escolhida para consolidar outras quatro empresas compradas no Brasil nos últimos anos: Blinks, Try, i-Cherry e Enext Consultoria. Globalmente, agora como parte do novo Grupo Wunderman Thompson, a Mirum tem 47 escritórios, em 24 países. Segundo Gomide, a criação da Mirum, em 2015, uniu um time de realizadores com espírito pioneiro. “Formamos uma rede global de agências digitais que busca evoluir e transformar negócios utilizando um mix de inovação, estratégia, criatividade, design e tecnologia”, descreve. No Brasil, são 320 colaboradores nas unidades de São Paulo e Curitiba, cujas avaliações a colocaram em 1º lugar no ranking de Melhores Agências de Comunicação para Trabalhar, do Great Place to Work. Seus principais clientes são Sky, Porto Seguro, Buscapé, Cyrela e Johnson & Johnson.

O portfólio da Mynd também está cheio de grandes empresas, como Coca-Cola, L’Oréal e Heineken. Com projetos de música e entretenimento para marcas, gerencia a carreira e a imagem de 60 artistas e influenciadores, entre eles Pabblo Vittar, Ludimilla, Luisa Sonza, Matheus Mazzafera e Laura Fernandez. Além de Fátima Pissarra, estão na sociedade a cantora Preta Gil e o COO Carlos Scappini. Representante exclusiva da Warner Music no Brasil na venda de publicidade digital, a Mynd tem em seu portfólio cases como a campanha “Coca-Cola Fan Feat”, desenvolvida em 2018 pela J. Walter Thompson, e que envolveu a produção de latas personalizadas com artistas e uma votação entre os consumidores para definição de quais se apresentariam em shows ao vivo.

A agência de earned media Soko, por sua vez, é estruturada para planejar, criar e divulgar histórias de marcas com o objetivo principal de gerar impactos orgânicos. “Segundo a Reuters, por exemplo, os brasileiros consideram o WhatsApp e o Facebook suas principais fontes de notícias. Isso muda toda lógica de earned media”, diz Felipe Simi, que lidera a Soko ao lado dos sócios Brisa Vicente e Pedro Tourinho, atendendo clientes como Ambev, Unilever e Vivo. Para a agência, saber como criar prioritariamente pensando nesse novo pool de canais e ativar marcas de maneira ética e responsável é essencial para ser parte da cultura.