O que o Internet Trends 2018 diz sobre consumo e conteúdo?
Profissionais destacam os principais pontos do estudo de Mary Meeker
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Luiz Gustavo Pacete
8 de junho de 2018 - 8h50
Anualmente, o mercado de tecnologia aguarda com expectativa o Internet Trends 2018. O estudo desenvolvido por Mary Meeker, consultora da empresa de capital de risco Kleiner Perkins Caufield & Byers, já está na sua 23ª edição e dá uma perspectiva sobre tendencias digitais.
No início da semana, assim que saiu o relatório, no AdAge, em uma tradução feita por Meio & Mensagem, George Slefo apontou alguns destaques. Entre eles, o fato de que as pessoas estão comprando menos smartphones e passando mais tempo online, além da expansão dos negócios digitais na China.
Outro grande assunto que aprece no relatório foi o que Slefo chamou de “paradoxo de privacidade” que vem deixando as empresas de tecnologia na encruzilhada “entre a utilização de dados para oferecer uma melhor experiência ao consumidor e a violação de privacidade.
A pedido de Meio & Mensagem, Léo Xavier, da Pontomobi, Marcello Droopy, da Talent, Rafael Grostein, da NWB e Marco Muñoz da Posterscope, destacam os principais pontos do estudo desenvolvido por Mary Meeker no que diz respeito a consume e conteúdo.
A voz como nova interface
Para Léo Xavier, CEO da Pontomobi, a voz como a nova interface é o destaque do Internet Trends Report 2018. “Verificamos o quão refinada está se tornando a acuracidade do machine learning do Google, chegando a 95% de exatidão, ou seja, uma capacidade incrível de compreensão de palavras, frases e contextos; o que potencializa as possibilidades e uso de voz como a nova interface”, afirma. Xavier aponta que esses dados mostram que há uma transição de um paradigma vigente nos últimos 15 anos com a interface gráfica. “A nossa relação entre marcas, produtos, serviços e conteúdos e seus diversos públicos muda para um novo paradigma onde o desafio é reconstruir, estender a presença digital para uma interface que é baseada no conceito de ‘não-tela’”.
Voice commerce e Smart Speaker
Ainda de acordo com Xavier, o outro elemento de destaque é o boom do Amazon Echo, a caixa de som inteligente da Amazon, que, no último ano, deu um salto de 10 para 30 milhões de dispositivos vendidos. “Esse dado dá uma dimensão do quão acelerada e gigantesca será a adoção de voz como interface, mas, fundamentalmente, da combinação da voz como interface fortificada pela AI e, ainda, da combinação com as coisas conectadas, neste caso, os smart speaks. O voice commerce é a grande fronteira onde a Amazon começa a se destacar e a movimentar bilhões de dólares, ao passo em que ela facilita o comércio a partir do uso do comando de voz. É natural que a empresa lidere essa frente de negócio, apostando na entrega de uma dinâmica que combine entretenimento com comércio.
Transações digitais
Marcello Droopy, diretor de criação e interatividade da Talent Marcel, destaca as transações digitais como algo capaz de impactar o dia-a-dia de marcas e consumidores. “É claro que cada marca está num estágio e cada estratégia tem um objetivo, mas se o assunto for conversão, precisamos ter atenção redobrada. Porque se 60% das transações comerciais já ocorrem de alguma forma no ambiente digital, a partir de agora, toda vez que um consumidor não for abordado de um jeito interessante ou não ter a possibilidade de efetuar a compra na plataforma que estiver, pode significar perder uma venda”, destaca Droopy.
Novos Formatos de Conteúdo
Para Droopy, da Talent, as novas formas de conteúdo apresentadas no relatório dizem muito sobre o desafio dos anunciantes. “Poder colocar sua marca bem na frente de um consumidor por mais de uma hora. Se a sua marca for de óculos escuros e o consumidor estiver jogando um game em primeira pessoa, você pode realizar isso numa plataforma de streaming como a Twitch. Isso já é realidade em diversas plataformas e grandes marcas já estão sabendo disso. São novos formatos de conteúdo que são oportunidades incríveis para anunciantes. E mais ainda para quem quer fazer algo realmente inovador”, afirma.
Vídeo
Entre os trends apontados, está o crescimento da audiência dos novos tipos de conteúdos em vídeos. Essa tendência demonstra que o marketing de influência entrou de vez na estratégia das empresas, em especial das iniciativas de e-commerce que aumentam a sua presença nos canais sociais. “Trazendo para o nosso universo, o YouTube vem vencendo a batalha com o Facebook pela preferência do público jovem no interesse por vídeo on-demand. Por outro lado, os desafios da plataforma do Google referentes a monetização e gestão de direitos ainda são reais. Com a consolidação da funcionalidade dos stories, o Instagram vem despontando como plataforma predileta dos anunciantes para integração de marca”, destaca Rafael Grostein, diretor executivo da NWB e sócio fundador do Desimpedidos.
Streamer
Grostein explica que a Twitch, da Amazon, prova que não é mais uma plataforma restrita a conteúdo gamer, e vem vencendo a disputa pelas visualizações ao vivo. “Com a venda para Amazon o modelo de monetização vem se mostrando extremamente atraente para criadores digitais. Veremos cada vez mais Youtubers se aventurando a transmitir ao vivo por lá”, acredita Grostein.
Wi-Fi Adoption Rising
“O uso de Wi-Fi sempre esteve associado ao OOH, não em termos de mídia e sim sobre experiências fora de casa, no restaurante, shopping center, abrigo de ônibus, metrô e até no mesmo ônibus. O Wi-Fi tem se convertido no integrador democrático da comunicação digital, já que não faz necessário ter um plano de dados pós-pago. As marcas cada vez ais estão olhando para esse novo ecossistema de mídia e re-criando momentos diferentes, como foi o caso de EAD Seja Digital que em algumas capitais do Norte e Nordeste, instalamos redes wi-fi em ônibus nas cidades”, explica Marco Muñoz, diretor de operações da Posterscope.
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