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4G: só quem tem sabe a falta que faz

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Ponto de vista

4G: só quem tem sabe a falta que faz


25 de abril de 2013 - 8h00

Li, recentemente, que a rede 4G não estará pronta até a Copa do Mundo e que vamos oferecer aos milhares de turistas torcedores e turistas trabalhadores o nosso atual serviço 3g (o “g” minúsculo é proposital e não preciso explicar o porquê, né?).

Mas acontece que, depois de ler a notícia, fiquei pensando se o motivo de não entregarmos esse serviço era somente técnico, político, jurídico ou ambiental. Será que todos os entraves tecnológicos que enfrentamos têm sempre os mesmos motivos ou existe algum outro que não damos atenção? Comecei a filosofar sobre o assunto a caminho da agência.

Chegando lá, é lógico que me faltou tempo para continuar o exercício filosófico, mas, durante o almoço, me contaram uma história curiosa que me fez voltar a pensar sobre o assunto.

Um executivo muito bem-sucedido, brasileiro, morando atualmente em Nova Iorque, mas com passagens por Tóquio e Cingapura, decidiu voltar ao Brasil com a família e aproveitar o momento oportuno em sua área de atuação. Seria a chance de voltar a morar em seu país e oferecer a seus filhos um pouco da Brazilian Soul. A família, empolgada, ficou hospedada em Ipanema, numa espécie de descompressão dos muitos anos vivendo no exterior. Ao final do período, ele reuniu a família, para ter as impressões de todos e tomarem, juntos, a decisão de voltar ou não ao Brasil.

Vamos à contagem dos votos:

A esposa, encantada com o País, votou a favor de voltar e ter uma melhor qualidade de vida.

Seus dois filhos adolescentes, não. E por uma simples razão: a internet por aqui é muito ruim e eles não conseguiriam ter a mesma “qualidade de vida” que encontram lá fora.

É, meu amigo, nem o analógico pôr do sol do Arpoador conseguiu convencer os moleques.

E foi, então, que eu concluí minha pretensiosa filosofia 4G:
só quem tem sabe o quanto faz falta. Quem não tem acaba se contentando com menos, não briga até o fim para conseguir o melhor e pensa que “se já fizemos tanta coisa com a situação muito pior, a gente consegue fazer com o que temos”. Apesar de ser um sentimento compreensível, ele é errado. Pensando assim, se permite que a excelência nunca seja alcançada. E a sensação que fica é que o assunto não tem tanta importância quanto imaginávamos.

E, aí, meu caro, o momento mais oportuno que temos para desenvolver nossas telecomunicações, e, também, nossa comunicação, acaba sendo adiado para sabe-se lá quando. O que me permite começar a filosofar sobre a qualidade de vida das nossas ideias.

Luis Claudio Salvestroni, diretor de criação da Agência3
 

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