Procurador pede apuração do TCU sobre o veto ao filme do Banco do Brasil

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Comunicação

Procurador pede apuração do TCU sobre o veto ao filme do Banco do Brasil

Lucas Rocha Furtado defende a necessidade de avaliação de possíveis prejuízos financeiros de imagem à empresa estatal


30 de abril de 2019 - 21h47

Frame de filme vetado pelo Palácio do Planalto (Reprodução)

O veto do presidente Jair Bolsonaro à campanha publicitária do Banco do Brasil, na semana passada, entrou na pauta do Ministério Público. O subprocurador-geral junto ao Tribunal de Contas da União ( TCU), Lucas Rocha Furtado, pediu a apuração dos possíveis prejuízos à instituição financeira após a retirada do ar do filme. No ofício encaminhado ao TCU, Furtado afirma a necessidade de avaliar o provável dano ao banco estatal em termos materiais e de imagem, sob o ponto de vista de mercado e com relação aos acionistas.

Para o procurador, dois pontos precisam ser analisados com maior atenção: o desperdício de investimento após o veto e a desvantagem na disputa comercial com outros bancos, já que a comunicação foi impedida de atingir o público alvo. “Ou seja, ao deixar de atingir o público alvo da propaganda, a estatal financeira poderá ter deixado de captar número substancial de novas contas bancárias por estar ausente da disputa comercial – ao menos no nível de marketing – do público que se pretendia atingir com a propaganda abruptamente descontinuada”, escreveu Furtado.

No documento, o representante do MP é incisivo ao argumentar sobre a necessidade de avaliar se houve “ingerência destituída de critérios técnicos”. Para ele, “não há nenhuma justificativa técnica para que a União tenha vetado o comercial do BB que já se encontrava em divulgação. Ao contrário, a motivação é puramente ideológica”.

O imbróglio se iniciou com o descontentamento do presidente Jair Bolsonaro com o teor do comercial criado pela WMcCann para o Banco do Brasil. O filme, repleto de termos populares na internet, é protagonizado por jovens negros, brancos, de cabelos pintados e tatuagens tirando selfies (veja abaixo). Em nota, a instituição argumentou que faltaram no comercial “outros perfis de jovens brasileiros que o banco busca alcançar com suas campanhas de publicidade”.

O caso também gerou a demissão do diretor de marketing do Banco do Brasil, Delano Valentim, além de um comunicado enviado pela Secretaria de Comunicação Social às empresas estatais com orientação para que todas submetessem previamente toda a sua publicidade à avaliação da Secom. Entretanto, após a repercussão da iniciativa, a Secretaria de Governo, à qual a Secom está subordinada, voltou atrás e informou que, por questões legais, não vai intervir na comunicação mercadológica das estatais. O novo entendimento é o de que a prática fere a Lei das Estatais, de 2016, que veda a interferência na gestão das empresas públicas e das sociedades de economia mista.

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