Corona assumiu riscos ao provocar Trump?

Luiz Gustavo Pacete
27 de janeiro de 2017 - 9h27

A marca de cerveja mexicana Corona, do grupo AB InBev, lançou, na semana pasasada, uma campanha que se contrapõe ao slogan do presidente Donald Trump: “Make America Great Again”. No vídeo com a frase “Somos Todos América”, a Corona mostra que o continente é muito mais que os Estados Unidos. A campanha faz parte do conceito da cerveja que, desde o ano passado, propõe a “Desfronteirização”.

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“Somos 35 estados unidos e nos vestimos com um só escudo, porque americanos somos todos. Por isso, a América sempre foi grande”, diz o vídeo. O México, sede da marca, é o principal alvo de Trump que, nesta semana, confirmou a construção de um muro na fronteira com o vizinho.

De acordo com Maximiliano Tozzini Bavaresco, CEO da Sonne Consultoria, as questões políticas e culturais estão cada vez mais ligadas ao mundo das marcas. “Se por um lado a empresa desagradará alguns consumidores, provavelmente conquistará outros, ou pelo menos gerará luz à sua própria marca, e por aí vai. O cerne das questões sócio-culturais está cada dia mais indissociável das questões empresariais e suas marcas que, de certa forma, sempre serviram como forma de expressão, senso de pertencimento, status e outros fatores.”

“Se por um lado a empresa desagradará alguns consumidores, provavelmente conquistará outros”

Na semana passada, uma matéria da CNN com o título “A ressaca da Corona depois de Trump” mostrava que a Constellation Brands, empresa americana que distribui a marca nos Estados Unidos, havia perdido 7%¨de seu valor de mercado. A distribuidora será uma das prejudicadas pelas medidas de aumento de impostos para produtos importados prometidas por Trump. Segundo a Euromonitor, em volume de vendas, a Corona é a quinta marca de cerveja mais forte dos Estados Unidos em um ranking liderado por Bud Light seguida por Coors Light, Budweiser e Miller Lite.

Assista ao vídeo: